Manifestantes do MST, indígenas e quilombolas ocupam sede do Incra em Campo Grande
Cerca de 850 pessoas estão participando da caminhada dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) nesta manhã em na Capital. Neste momento, os manifestantes reunidos em frente ao gabinete do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na avenida Afonso Pena. Ao todo participam 29 acampamentos na manifestação. Jucely Santos, líder do assentamento 17 de abril, no município de Nova Andradina informou que a manifestação tem como objetivo reivindicar melhores condições de trabalho ao governo. De acordo com Santos, três tópicos merecem a atenção do governo. O primeiro seria a correção do índice de produtividade, que tem como base os índices instaurados em 1975, onde 1 hectare teria que produzir no mínimo 20 sacas de soja para que não fosse considerada improdutiva. Segundo Santos, esse índice deveria ser alterado há dez aos atrás, já que com o avanço tecnológico na agricultura, o mínimo de sacas a serem produzidas atualmente é de 60, tornando impossível a produção inferior a 20 sacas. O segundo tópico seria o reajuste do orçamento para a reforma agrária, que segundo Jucely, teve um corte de 30%, assim como a reposição e ampliação dos créditos para os assentados. E a terceira solicitação é a efetivação do superintendente regional do Incra, já que o cargo atual é ocupado por uma direção interina, não podendo tomar desta forma todas as decisões que o cargo permite. O deputado estadual Pedro Teruel também particpa da manifestação. índigenas Kaiowá e Guaranis também estão na manifestaçõ, reivindicando o fim da violência nas propriedades rurais. Jucely também informou que a Polícia Militar foi comunicada sobre a manifestação, para que pudessem ajudá-los com a interrupção do trânsito durante a manifestação, porém a Polícia não compareceu. Cerca de 15 policiais impedem neste momento a entrada dos manifestantes na sede do Incra em Campo Grande. Os manifestantes informaram que vão acampar no local sem um prazo concreto de saída. Confira a íntegra das reivindicações, segundo entidades. “1. Revisão dos índices de produtividade da terra em nível nacional; 2. Disponibilização de terra para assentamento de todas as famílias acampadas no Estado, e no Brasil (90 mil só do MST); 3. Aumento e Reposição do Orçamento da Reforma Agrária, que sofreu corte de 30%; 4. Liberação de linhas de crédito para a implantação de agroindústrias nos assentamentos; 5. Ampliação do programa para assistência técnica nos assentamentos; 6. Resolver o problema do endividamento das famílias assentadas; 7. Criação de programas ambientais nos assentamentos; 8. Ampliação do quadro de funcionários e melhores condições de trabalho e infra-estrutura para INCRA-MS; 9. Que o governo do Estado crie política agrícola voltada a agricultura camponesa com foco na produção de alimentos; 10. Infra-estrutura para os assentamentos: estrada, energia, água, casa e escola; 11. Demarcação das terras Indígenas; 12. Demarcação das terras Quilombolas
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