Sem-terra marcham 100 km para pedir reforma agrária
Ao menos 850 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) marcham rumo a Campo Grande desde sábado de dois pontos distintos do Estado. A previsão é de que as duas colunas cheguem à cidade na quinta-feira e, no outro dia, promovam em pontos centrais da Capital manifestos contra a crise e pela reforma agrária, informou Adriana Alves, militante da entidade.
O primeiro grupo, conhecido como coluna Dorcelina Folador, com 500 membros, saiu no sábado de Nova Alvorada do Sul, 100 km distantes daqui. Já hoje pela manhã, a coluna Geraldo Garcia, com 350 integrantes do acampamento Sete de Setembro, situado a uns 80 quilômetros da Capital, iniciaram a marcha. O comando do MST solicitou apoio policial para agir na fiscalização do trânsito, mas até esta manhã os sem-terra seguiam sem amparo.
Além do MST, outras entidades ligadas a movimentos sociais participam na sexta-feira da VI Marcha Estadual Terra, Trabalho e Soberania, Contra a Crise e pela Reforma Agrária.
Num panfleto produzido pela entidade, o MST diz que “a reforma agrária é uma forma de combater a concentração da propriedade da terra nas mãos de poucos. Defendemos a distribuição da terra que é um bem de todos, para quem nela trabalha, possibilitando a produção de alimentos e a redução da pobreza”.
O MST, ainda no panfleto, critica o agronegócio que, para o movimento “não tem nenhum interesse em dar emprego e moradia para os trabalhadores rurais. Ao contrário, trata de usar máquinas e contratar o menos possível, apenas nos períodos de safra”.
A entidade listou 12 reivindicações, entre as quais pedem uma saída para o endividamento das famílias assentadas, criação de programas ambientais e mais distribuição de terra e também agilidade nas demarcações dos territórios indígenas e quilombolas. Veja o que os sem-terra pedem durante a marcha:
1. Revisão dos índices de produtividade da terra em nível nacional;
2. Disponibilização de terra para assentamento de todas as famílias acampadas no Estado, e no Brasil (90 mil só do MST);
3. Aumento e Reposição do Orçamento da Reforma Agrária, que sofreu corte de 30%;
4. Liberação de linhas de crédito para a implantação de agroindústrias nos assentamentos;
5. Ampliação do programa para assistência técnica nos assentamentos;
6. Resolver o problema do endividamento das famílias assentadas;
7. Criação de programas ambientais nos assentamentos;
8. Ampliação do quadro de funcionários e melhores condições de trabalho e infra-estrutura para INCRA-MS;
9. Que o governo do Estado crie política agrícola voltada a agricultura camponesa com foco na produção de alimentos;
10. Infra-estrutura para os assentamentos: estrada, energia, água, casa e escola;
11. Demarcação das terras Indígenas;
12. Demarcação das terras Quilombolas
< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>