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Projeto Macambira é implantado em comunidades quilombolas

As secretárias da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, e do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Ana Catarina, coordenaram a Caravana da Cidadania que esteve, nesta quarta-feira (18), visitando a comunidade quilombola Puxinanã, reconhecida pela Fundação Palmares e que fica localizada em uma área rural a cerca de 10 km de Major Izidoro.

A Puxinanã foi escolhida para ser a comunidade piloto nas ações do projeto Macambira, uma iniciativa que busca promover a cidadania por meio do desenvolvimento sustentável e integrado em 19 povoados de seis municípios da Bacia Hidrográfica de Traipu, compreendida nas regiões do Agreste e Sertão alagoanos. O Macambira envolve, entre outras coisas, a oferta de água potável para as populações, tendo ainda a educação como foco do processo.

“A ideia de juntar as secretarias na realização dessa iniciativa foi delineada em vários encontros que tivemos. A partir dessa visita vamos começar a construir um trabalho. Hoje é o começo de um sonho, de fazer um trabalho coletivo para melhorar a vida dessas pessoas que aqui vivem”, ressaltou Wedna Miranda.

A visita ainda contou com a presença da gerente do Núcleo Afroquilombola, Elis Lopes, e de representantes das secretarias estaduais de Agricultura, Saúde, Trabalho e Renda e Assistência Social e das secretarias municipais de Educação e Agricultura de Major Izidoro. Pela manhã, a comitiva se dividiu em quatro grupos, que visitaram as residências e conheceram as reais necessidades da região.

No próximo dia 26, três técnicos que estiveram no local voltarão à comunidade para se reunir com a comissão de moradores que foi formada após a visita às residências. Eles farão o mapa da comunidade, com o objetivo de apontar as carências para que sejam elaborados projetos em cada área específica, como saneamento básico, educação, saúde, cultura, habitação, entre outros.

“Nosso trabalho vai partir da ideia do Projeto Macambira, que funcionará com a ajuda das comunidades, dentro da realidade de cada uma delas. Estamos na fase de levantamento das necessidades e de saber quais são as responsabilidades do poder público, a partir do comprometimento da comunidade”, explicou a secretária Ana Catarina.

Com um diagnóstico das comunidades quilombolas de Alagoas, a gerente Elis Lopes, já conhece quais as necessidades da Puxinanã. Segundo ela, a visita para comprovar as carências ajudará no recorte étnico-racial que será feito, com o resgate da identidade cultural desses povos.

Visita — Dona Luzinete Bispo dos Santos tem mais de 100 anos e, de forma lúcida, ela conta histórias de mais de 300 anos, algumas vivenciadas por ela e outras descobertas pelas experiências. Ela lembra que a Puxinanã, antes de ter esse nome, era chamado de “Chaco” e que ali era um dos lugares aonde a violência não chegava.

“Hoje é tudo diferente”, diz, com ar de tristeza. Mas dona Luzinete garante que a saúde está em dia e que recebe sempre a visita de agentes de saúde do município de Major Izidoro. A casa dela é uma das privilegiadas com cisterna, mas a maioria ainda sonha com uma água de qualidade. A situação da água foi um dos pontos verificados pela comitiva e esse é uma das prioridades, uma vez que os técnicos da secretaria de Recursos Hídricos perceberam o consumo de água sem qualidade.

A visita da Caravana da Cidadania foi encerrada com um verso de autoria de dona Luzinete: “Adeus meu benzinho, adeus. Tenha de mim compaixão. Aceita lembrança minha, de meu leal coração. Meus olhos com mais vontade de ver os seus mais de perto, e por certo eu digo assim, mande se despedir de mim. Adeus meu benzinho, adeus.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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