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Quilombolas da Marambaia terão eletricidade

Quilombolas da Marambaia com eletricidade

Decisão foi anunciada por Edson Santos, que não vê conflitos entre os interesses da Marinha e a necessidade dos Ilhéus

O ministro da Secretaria Especial para a Promoção de Políticas de Igualdades Raciais (Seppir), Edson Santos, anunciou na segunda-feira (21) que os moradores da Ilha da Marambaia, finalmente terão eletricidade. As famílias locais ainda usam lampião e dependem da energia fornecida em parte da ilha por gerador a óleo da Marinha, que administra o local. “Vamos definir uma agenda social quilombola junto com a comunidade, incluindo educação, saneamento básico, energia elétrica e geração de renda”, declarou o ministro.

Na ilha, a Marinha mantém o Centro de Adestramento da Ilha do Marambaia (Cadim), onde são treinados os fuzileiros navais. A comunidade quilombola local reivindica uma área de 1,6 mil hectares, motivo de controvérsias com aquela força armada. Em 2004, Marambaia foi reconhecida como território remanescente de quilombo pela Fundação Cultural dos Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. Hoje, o processo é estudado pela AGU, que formou uma comissão de análise do problema. “Não haverá nenhuma decisão de força do governo. Temos condições de contabilizar os interesses estratégicos da Marinha e os da comunidade que são legítimos e tem história no local”, afirmou o ministro Edson Santos.

O subsecretário de Políticas para Comunidades Tradicionais da Seppir, Alexandro Reis, não duvida que a Marambaia descenda de um quilombo e considera que a chagada da luz elétrica faz parte do reconhecimento dos moradores da ilha. “Vamos trabalhar com o Ministério de Minas e Energia e buscar diálogo com a Marinha para que o programa Luz para Todas chegue à comunidade de forma á comunidade de forma mais célere”, disse Alexandro. Ele observou ainda que as outras necessidades da Agenda Social Quilombola, como a educação, a geração de renda e o saneamento básico serão encaminhadas, ainda este ano, para os respectivos ministérios.

Para a líder comunitária Vânia Guerra, a reunião foi positiva, principalmente com relação à possibilidade de trazer a eletricidade para os moradores. “É claro que isso vai acarretar em melhorias. Atualmente, o gerador da Marinha atende só a área do quartel”, reclamou. “A situação é bem precária. As poucas pessoas que têm condições usam geladeira a gás ou compram um gerador. Para assistir televisão, só usando bateria de carro”, conta Vânia, que precisa andar cerca de um quilômetro, até o quartel da Marinha, para carregar o telefone celular.

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