Polícia investiga suposta fraude de recursos em Associação Quilombola
Uma força-tarefa da Polícia Federal de Ji-Paraná realizou na manhã de ontem, em Costa Marques, uma série de buscas e apreensões de documentos na Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé. Trata-se da Operação Palmares, com objetivo de investigar suposta fraude de desvios de recursos do governo federal em dois projetos que somam quase R$ 800 mil. Federais entraram na casa do presidente da EcoVale, José Soares Neto, o Zeca Lula, e na casa do secretário de Planejamento da prefeitura de Costa Marques, Alayr Laurindo Júnior, o Gringo, de onde foram aprendidos documentos, inclusive de movimentação financeira. Na casa de Zeca Lula, onde funciona o escritório da ONG, foram descobertos vários comprovantes de transferências bancárias da Ecovale para contas da mulher, sogra, cunhado e até para um filho de seis anos de idade do investigado. Lá a PF encontrou ainda uma carteira de juiz classista, em nome de Zeca Lula, que foi adulterada para dar a entender que se trataria de Juiz do Trabalho. A Polícia tinha informação que Zeca Lula teria usado a tal identificação de Juiz, conforme informou o responsável pela operação, delegado Marcelo Bessa. “Informações dão conta que o secretário Gringo, seria o responsável em elaborar as documentações para Zeca Lula”, disse. R$ 50 mil foram destinados ao projeto de plantação de açaí e na produção de bombons, licor e artesanato com a semente. A produção de açaí não existe. O segundo projeto é de quase R$ 750 mil para formação de agente quilombolas – dinheiro repassado pela Fundação Palmares. Tanto Zeca Lula como Gringo não foram localizados pela Folha para falar sobre as suspeitas que pesam contra eles.
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