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Grito quilombola no Sapê do Norte

QUILOMBOLAS GRITAM PELA REGULARIZAÇÃO E TITULAÇÃO

DE SEU TERRITÓRIO NO SAPÊ DO NORTE/ES

 

No dia 30 de novembro, mês da consciência negra, 300 quilombolas do Sapê do Norte saíram às ruas de Conceição da Barra para gritar, pelo 3º ano consecutivo, por terra, água, florestas, cultura, religiosidades, atividades econômicas e por sua história. Desrespeitados e freqüentemente atacados, exigem seus direitos.

Com a CONAQ e apoiadores da Rede Deserto Verde, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, da Articulação Capixaba de Agroecologia, indígenas, assessoria parlamentar da deputada Iriny Lopes, companheiros do campo e da cidade, mulheres e homens, idosos e crianças, estiveram juntos nesta grande marcha pela cidade.

Partindo do berço quilombola de Santana, prestaram homenagens e reverenciaram a sua história pela coragem de seus antepassados Negro Rugério, Benedito Meia Légua, Zacimba Gaba, Constância de Angola, Clara Maria do Rosário, entre outros que lutaram pela liberdade de seu povo e formaram os primeiros quilombos da região.

Ao longo do caminho iam panfletando o Informativo da Comissão Quilombola do Sapê do Norte para a população na rua, no comércio e repartições com as suas reivindicações, bandeiras de luta do povo quilombola e esclarecimentos quanto aos boatos pregados pelos ruralistas a seu respeito. Empunhando suas faixas e bandeiras, mandam à Paulo Hartung, governador e apoiador do Movimento Paz no Campo de oposição aos quilombolas, a mensagem de que não querem o agronegócio em suas terras e que precisa arrecadar as terras devolutas de seu território.  

Durante o percurso de 15 km, fizeram algumas paradas estratégicas para se manifestarem – no rio, em homenagem aos rios e córregos mortos pela monocultura do eucalipto e às mulheres; no Batalhão da Polícia Militar, contra a violência e pela defesa do povo; no Fórum, contra a criminalização aos quilombolas e pelo cumprimento da Justiça aos crimes cometidos pela Aracruz Celulose; na prefeitura municipal, por políticas públicas sociais e econômicas e na praça central, pela cultura quilombola.

Entoando diversos músicas em referência aos afro-descendentes, embalados do congo ao rap, animados pelo jongo e ginga da capoeira, representando suas críticas no teatro, o grito quilombola ecoou pelo Sapê do Norte:

 

Viva o amanhã e o amanhecer

O povo quilombola vai lutando no Sapê

 

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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