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Pesquisador comenta caso de Pau Grande, Tapera e Barreiros

ESPAÇO DO LEITOR

Território quilombola

Gostaria de fazer algumas ponderações sobre a matéria Conversão de terras em área quilombola gera protestos, publicada em A TARDE. Está em questão um direito há muito negado de comunidades negras, da obtenção de seu território. Este interesse sempre se confronta com interesses econômicos de grupos que continuam a explorar essas comunidades. A Fundação Garcia d‘ Ávila e alguns empreendimentos turísticos têm grande interesse em fazer domínio da área requerida pelo grupo, e, se ela virar um território quilombola, este será um obstáculo grande a esses interesses empresariais. Infelizmente, a reportagem não faz menção a estes interesses nem relatou a relação do advogado Paulo César com esses grupos. Ao tentar deslegitimar o processo de autodefinição, a reportagem não procurou saber por que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência oficial da Organização das Nações Unidas, reconhece esse direito desde 1989, através da Convenção 169, ou as razões de o Brasil assinar a convenção desde 2003. Também não deixa claro qual é o processo que permite a afirmação da autodefinição. A não-presença de Edite na comunidade e na reunião relatada se dá em cima da ameaça de morte que recebeu. Este assunto também não foi abordado na reportagem, dando a entender que ela se esconde porque fez algo errado.


Franklin Plessmann de Carvalho, Engenheiro agrônomo e pesquisador de Comunidades Tradicionais

Saiba mais sobre o caso:

BA – Comunidades Tapera, Pau Grande e Barreiros receberão escrituras (3/7/2007)

BA – Caso das comunidades de Tapera, Pau Grande e Barreiros em discussão (27/6/2007)

BA – Identificação de Pau Grande, Tapera e Barreiro gera discussão (26/6/2007)

BA – Processo das comunidades de Tapera, Pau Grande e Barreiros cria polêmica (26/6/2007)

BA – Moradores de Pau Grande, Barreiros e Tapera lutam para ficar em suas terras (12/5/2005)

BA – Tapera, Pau Grande e Barreiros reivindicam reconhecimento como comunidades quilombolas (12/5/2005)

 

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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