Pesquisador comenta caso de Pau Grande, Tapera e Barreiros
Território quilombola Gostaria de fazer algumas ponderações sobre a matéria Conversão de terras em área quilombola gera protestos, publicada em A TARDE. Está em questão um direito há muito negado de comunidades negras, da obtenção de seu território. Este interesse sempre se confronta com interesses econômicos de grupos que continuam a explorar essas comunidades. A Fundação Garcia d‘ Ávila e alguns empreendimentos turísticos têm grande interesse em fazer domínio da área requerida pelo grupo, e, se ela virar um território quilombola, este será um obstáculo grande a esses interesses empresariais. Infelizmente, a reportagem não faz menção a estes interesses nem relatou a relação do advogado Paulo César com esses grupos. Ao tentar deslegitimar o processo de autodefinição, a reportagem não procurou saber por que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência oficial da Organização das Nações Unidas, reconhece esse direito desde 1989, através da Convenção 169, ou as razões de o Brasil assinar a convenção desde 2003. Também não deixa claro qual é o processo que permite a afirmação da autodefinição. A não-presença de Edite na comunidade e na reunião relatada se dá em cima da ameaça de morte que recebeu. Este assunto também não foi abordado na reportagem, dando a entender que ela se esconde porque fez algo errado. Saiba mais sobre o caso:ESPAÇO DO LEITOR
Franklin Plessmann de Carvalho, Engenheiro agrônomo e pesquisador de Comunidades Tradicionais
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