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Fórum incentiva plantio de eucalipto no sul e ameaça pequeno agricultor

Na próxima quarta-feira (9), será realizado o Fórum Sul Capixaba de Florestas Plantadas, com patrocínio da Aracruz Celulose e do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). O evento tem o objetivo de fomentar o plantio de eucalipto entre produtores rurais e florestais do sul do Estado, mas foi criticado veemente pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Segundo um dos coordenadores do MPA, Valmir Noventa, o evento faz parte de uma articulação entre a prefeitura de Cachoeiro de Itapemerim e a Aracruz Celulose para convencer os trabalhadores rurais a migrarem para o fomento florestal de eucalipto.

Valmir aponta que muitos camponeses passam por uma crise atualmente, ou por falta de terra, ou por falta de investimentos, e que a silvicultura não é saída para nenhuma crise de produtor rural, muito pelo contrário. A silvicultura representa o fim do campesinato, afirmou.

O folder do Fórum informa que o Estado possui 210 mil hectares de florestas plantadas, o que corresponde a 4,5 % da área territorial do Espírito Santo. Diz ainda que esta atividade gera, direta ou indiretamente, 80 mil empregos.

Entretanto, o MPA ressalta que os municípios onde há maior concentração de plantações de eucalipto, como São Mateus, Conceição da Barra e Pedro Canário, são classificados com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado.

Já a região sul do Espírito Santo é considerada uma nova fronteira para o plantio de eucalipto pelos grandes investidores e pelo próprio governo do Estado, que apóia o Fórum através da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Aquicultura e Pesca.

Para o MPA, tanto o governo como a grande mídia são coptados pela Aracruz Celuose para convencer os produtores a migrar para a monocultura do eucalipto, sem ao menos avaliar os danos sociais, ambientais e econômicos que isso trará à população local.

Se este setor garantisse emprego como falam, estas regiões não teriam os problemas sociais que têm. O plantio de eucalipto não gera emprego e nem qualidade de vida para o município, e isso pode ser constatado através dos dados do IDH ou a olho nu, em São Mateus, Conceição da Barra ou Pedro Canário. Em Aracruz, só não ocorre isso porque eles contribuem com tributos, ressaltou.

Segundo o MPA, para cada 30 hectares de eucaliptos plantados é necessário apenas um trabalhador. Já na agricultura familiar, para cada hectare de terra trabalham duas pessoas. Na cafeicultura, é necessário um trabalhador para cada dois hectares de terras.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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