• (21) 3042-6445
  • comunica@koinonia.org.br
  • Rua Santo Amaro, 129 - RJ

Quilombolas catadores de resíduos voltam a trabalhar no norte

Os 459 quilombolas catadores de resíduos de eucalipto estão, aos poucos, voltando a trabalhar. A informação é que, desde esta quarta-feira (1), algumas famílias já retomaram o trabalho depois que um acordo entre os catadores e a Aracruz Celulose foi firmado na Delegacia Regional do Trabalho do Espírito Santo (DRT/ES).

Segundo o quilombola Nacival Conceição, a reunião realizada entre Fundação Palmares, Delegacia Regional do Trabalho (DRT), quilombolas e Aracruz Celulose, definiu que a transnacional irá quitar parte das dívidas das famílias, contraídas depois que o trabalho foi paralisado.

Segundo as famílias, os catadores investiram – através de financiamentos – na compra de materiais e transporte para a cata de resíduos e, com a paralisação, há muitas despesas que ainda não foram quitadas.

Apesar do acordo, a empresa não cedeu quanto à qualidade dos resíduos que são deixados para a cata. O diâmetro mantido para a cata ficou definido entre 3,5 a 4 centímetros. A informação é de que a empresa afirmou, durante a reunião, que a escassez de resíduos já era prevista pela empresa e não há como mudar esta realidade.

A comunidade se mostra satisfeita em retornar ao trabalho, mas ressalta que o padrão definido para os resíduos não é o ideal.

Segundo Nacival, todos os 459 quilombolas estarão de volta ao trabalho até o final desta semana. Até lá, uma nova reunião será realizada – ainda sem data definida – com um economista e um analista enviados de Brasília para orientar os quilombolas quanto às dívidas agravadas com paralisação do trabalho.

Os quilombolas catadores de resíduos estavam sem trabalhar desde o dia 20 de abril, quando as famílias ocuparam uma área de corte da Aracruz Celulose, no norte do Estado, em protesto contra o descumprimento do convênio por parte da transnacional. Eles alegaram que a empresa estava deixando apenas restos de resíduos muito finos aos catadores e revendendo os mais grossos para terceiros.

Depois disso, uma série de manifestações e protestos foi realizada contra a empresa, que chegou a se reunir com os quilombolas. A empresa também chegou a oferecer uma indenização aos quilombolas. A indenização foi recusada e o direito de continuar trabalhando com a cata, exigida pelas famílias quilombolas.

Segundo Nacival, o mais importante para as famílias é continuar na área trabalhando, unidos com as outras famílias quilombolas, garantindo assim o sustentabilidade da comunidade.

As dívidas que a empresa promete quitar, segundo Nacival, dizem respeito a materiais usados para a cata de resíduos, assim como para o transporte desses resíduos, que haviam sido comprados pelas famílias através de financiamentos.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo