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Quilombolas terão núcleo escolar

Os cerca de 900 alunos das 17 escolas da rede municipal de ensino em assentamentos quilombolas vão ter atendimento específico para que a tradição das comunidades onde vivem sejam mantidas. Esta é a proposta apresentada pela Secretaria de Educação de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, para a criação do Núcleo de Escolas Municipais Quilombolas. Em Vitória da Conquista, são 40 comunidades quilombolas, sendo que 24 delas já foram reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. É o município com o maior número de comunidades quilombolas do Sudoeste da Bahia. As classes destas escolas são multisseriadas e atendem crianças a partir dos 6 anos de idade. Até o ano passado, as escolas eram atendidas como rurais, tornando-se unidades quilombolas em 2007. A partir daí, as escolas foram adaptadas para receber atividades específicas. “Elas passam a atender seu universo cultural, sem abrir mão da pluralidade como fonte de conhecimento em diversas áreas”, explica a secretária de Educação, Ester Figueiredo. As principais vantagens dessas alterações são a formação específica de professores para área remanescente de quilombos. O município também assegura a ampliação da oferta de matrícula e produção e aquisição de material didático específico pelo núcleo. A portaria que dispõe sobre a criação do Núcleo de Escolas Municipais Quilombolas entrou em vigor no dia 22 de fevereiro e, a partir desta data, as escolas que eram vinculadas aos Núcleos e Círculos Escolares passaram a fazer parte deles. Novas unidades escolares podem ser incluídas no núcleo, desde que elas estejam em comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura.

História – Locais de difícil acesso, os quilombos eram considerados paraísos para os negros que fugiam da escravidão. As precárias condições das estradas eram fatores de segurança para eles, já que poucos homens a mando dos senhores de escravos se arriscavam a seguir os seus rastros. “Duzentos anos depois, os antigos refúgios se tornaram povoados com dificuldades de desenvolvimento e uma dívida histórica que começa a ser reparada. Denominadas de quilombolas, as comunidades descendentes de quilombos ainda guardam costumes, tradições, a pureza da cor e problemas dos seus antepassados”, explica um dos coordenadores da Pastoral do Negro, engenheiro agrônomo Marinaldo Carvalho. Embora sejam pouco divulgadas, nas proximidades de Vitória da Conquista existem duas comunidades quilombolas. O Velame, que fica no distrito de Veredinha, a 42 km, e Boqueirão, no distrito de José Gonçalves, a 18 km. “A partir da identificação das duas comunidades, começamos um trabalho de pesquisa, entrevistando os mais idosos para termos certeza da descendência de escravos”, explica.

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