Lançamento da publicação Prêmio Territórios Quilombolas
Publicação Prêmio Territórios Quilombolas 2ª edição é lançada em Brasília
Diante de um auditório atento e lotado, formado por antropólogos e outros profissionais das Ciências Sociais, o Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) e o Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia (Ppigre) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lançaram, na última terça-feira (10), a publicação Prêmio Territórios Quilombolas 2ª edição. O evento aconteceu na Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) e fez parte da programação da oficina de capacitação de antropólogos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O lançamento contou com representantes de todas as entidades envolvidas na iniciativa. Participaram da abertura Renata Leite, uma das coordenadoras do Ppigre, Adriana Lopes,coordenadora-executiva do NEAD, Luís Roberto Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Rui Leandro dos Santos, da Coordenação de Quilombolas do Incra, Maria Palmira, representante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e Antonádia Borges, representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).
Apresentada na forma de coletânea, a publicação Prêmio Territórios Quilombolas 2ª edição reúne os trabalhos premiados nas categorias Ensaio Inédito e Experiências e Memórias da edição 2006 do concurso, que teve o objetivo de fomentar a participação das comunidades e desenvolver o pensamento crítico para dar subsídios à formulação de políticas públicas.
Estímulo a jovens pesquisadores
Adriana Lopes destacou a criação da categoria Experiências e Memórias nesta edição do Prêmio, que possibilitou a participação de membros das próprias comunidades relatando suas histórias de vida. “A interdisciplinaridade proporcionada pela temática quilombola também resultou em trabalhos de várias áreas do conhecimento”, afirmou. Para Luís Roberto Cardoso, o concurso estimula jovens pesquisadores a se interessarem pelo tema. “Além disso, o formato do Prêmio também incentiva o diálogo entre Estado, por meio do MDA, as universidades, e os movimentos sociais”, apontou.
Apresentação dos trabalhos
Os ganhadores do Prêmio Territórios Quilombolas 2ª edição estiveram presentes no lançamento da coletânea de artigos. Quatro deles – que receberam os primeiros lugares nas categorias Graduação, Mestrado, Doutorado e a única premiação em Experiências e Memórias – fizeram uma breve apresentação de seus trabalhos para o público.O destaque foi a participação de Jovita Furquim de França, moradora do quilombo de Galvão, região do Vale do Ribeira, em São Paulo, única vencedora da categoria Experiências e Memórias. Dona Jovita, como é conhecida, relatou sua luta para estudar e aprender a ler e escrever na juventude, em um cenário onde não havia escolas próximas. Autora autodidata de poesias e canções, Dona Jovita contou que estudou durante três meses com uma prima à noite, sob a luz de lamparina. Parte do desafio era caminhar pela floresta, ir dormir à 1h e já acordar às 4h para trabalhar.
< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>