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Fazendas são vistoriadas dentro do Sítio Histórico Kalunga

Incra já vistoriou este ano 10 fazendas dentro do Sítio Histórico Kalunga (GO)

A Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Distrito Federal e Entorno já realizou este ano vistoria em 10 fazendas no perímetro do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. Este é o sítio remanescente de quilombo com maior área no Brasil, com cerca de 253 mil hectares, localizado no Nordeste do estado de Goiás. Nas vistorias, são identificados os imóveis rurais, com a área precisa e as benfeitorias neles existentes. O levantamento servirá de base às desapropriações. De acordo com a chefe da Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária da Superintendência Regional do Incra, Anete Araújo, existem mais de 90 fazendas nesse perímetro. Já houve o levantamento em 24 delas. “Este ano, deveremos vistoriar pelo menos 50 fazendas, a fim de agilizar o processo de regularização fundiária da área Kalunga”, afirma Anete. As terras geralmente são pagas com Títulos da Dívida Agrária (TDA), que têm alguns anos para serem resgatados. Já as benfeitorias dos imóveis são pagas em dinheiro. “Os proprietários e os posseiros de terras que não são kalungas não estão contrários à desapropriação, pois ao acompanharem o processo vêem que ele está sendo realizado com clareza. Eles têm a certeza de que tanto a terra quanto as benfeitorias serão pagas. Praticamente todos são favoráveis à criação do sítio como patrimônio histórico e cultural daquele povo”, assegura ela.O sítio se estende pelos municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás. São pouco menos de cinco mil pessoas que moram em 28 comunidades kalungas na região.

Exposição fotográfica

O interesse da população e de estudiosos pela cultura e pela luta do povo kalunga tem sido motivo de uma diversidade de eventos, que expõem as manifestações culturais daquela comunidade. Exemplo disso é a exposição fotográfica Uma História do Povo Kalunga, a ser realizada desta terça (20) a sexta-feira (23) na Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), em Taguatinga (DF).

A exposição, coordenada pelo Departamento de Pedagogia, pode ser vista nos corredores da instituição. O acesso é livre à população, bastando apenas que os interessados se identifiquem na entrada da faculdade, indicando que querem ver a mostra sobre os kalungas.

Atuação de 11 ministérios

Os limites da área foram estabelecidos por uma lei estadual de 1995, que criou o Sítio Histórico Kalunga. A lei tem como base levantamentos arqueológicos de áreas ocupadas há várias gerações (com início em meados de 1700) por escravos fugidos das fazendas e das minas de ouro da região ou, então, libertados com a Lei Áurea, em 1888. Durante o século 20, mais fazendeiros foram ocupando as áreas quilombolas e expulsando os kalungas. Essa lei ganhou força em 2000, quando o Governo Federal imitiu o Título de Reconhecimento e Domínio da área de 253,19 mil hectares em favor do estado de Goiás. A área é tão vasta que ocupa espaço equivalente a 253 mil campos de futebol. No entanto, a definição exata da área ainda será feita pelo georreferenciamento dos limites do sítio. Atualmente, o Governo Federal atua na área com 11 ministérios em várias frentes, como no fornecimento de energia elétrica, na construção de casas e no abastecimento de água encanada. O governo do estado atua, por exemplo, na assistência técnica, na extensão rural e nos projetos agropecuários para os quilombolas, na construção de estradas, na assistência à saúde e na vacinação de animais. As ações são em conjunto com as administrações municipais.

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