11º Encontro de Jongueiros em São José da Serra
11º Encontro de Jongueiros
11 de NOVEMBRO de 2006
QUILOMBO SÃO JOSÉ VALENÇA – RIO DE JANEIRO
O encontro de 2006 vai reunir 700 jongueiros num antigo quilombo de 150 anos no interior do Estado do Rio de Janeiro apresentando a rica diversidade do JONGO, ritmo reconhecido pelo governo federal como patrimônio do Brasil, considerado um dos pais do samba.
Horário: das 18 horas do sábado ( 11/11 ) até a manhã de domingo ( 12/11 ).
RODA com 14 GRUPOS de JONGO das COMUNIDADES :
ANGRA dos REIS, BARRA do PÍRAÍ, CAMPINAS, CAMPOS, CARANGOLA, GUARATINGUETÁ, MIRACEMA, PINHEIRAL PIQUETE, PORCIÚNCULA, QUILOMBO SÃO JOSÉ, QUISSAMÃ, SANTO ANTONIO de PÁDUA e SERRINHA.
INFORMAÇÕES ligar para:
ASSOCIAÇÃO BRASIL MESTIÇO tel: 21 3852.0043 ou 3852.0053
brasil@brasilmestico.com.br
Quilombo São José
A comunidade do Quilombo São José, localizada na Serra da Beleza, fica no município de Valença há duas horas e meia do centro do Rio de Janeiro.
O trabalho em conjunto na agricultura, a religião da Umbanda, a sabedoria das ervas medicinais, o artesanato, as benzeduras, o Calango, o Terço de São Gonçalo e o Jongo fazem parte do cotidiano dos moradores do quilombo desde a chegada dos seus antepassados do navio negreiro para aquela fazenda por volta de 1850.
Visitar o Quilombo São José é uma viagem ao passado. Na comunidade isolada, pouca coisa mudou desde a Abolição da Escravatura.
Todos os seus moradores são parentes, até dois anos atrás a comunidade não tinha luz elétrica, o ferro à brasa, o candeeiro e o fogão à lenha fazem parte do dia-a-dia.
Valença é o local de nascimento da cantora Clementina de Jesus, um dos berços do jongo.
Como chegar:
De ônibus: A organização do evento alugou dois ônibus que levarão os visitantes interessados saindo às 13 horas da tarde em ponto da Fundição Progresso, Lapa.
(favor reservar com antecedência pois as vagas são limitadas)
Reservas de vagas no ônibus pelos tels: 21 3852.0043 ou 3852.0053
De carro: O Quilombo São Jose fica há duas horas e meia de carro do centro do Rio de Janeiro.
Seguir pela estrada Rio – SP. Subir a Serra das Araras e entrar na saída para Piraí – Barra do Piraí. Atravessar Barra do Piraí em direção a Valença.
Após o trevo seguir em direção a cidade de Conservatória ( entrar a esquerda para Conservatória e não a direita para Valença, ). Atravessar a cidade de Conservatória e subir a Serra da Beleza ( estrada de barro ).
Após passar pelo belo mirante descer a serra. Logo antes da 2º ponte, no 18º Km da estrada de barro, virar a esquerda na entrada do Quilombo São José. Seguir mais 6 km por essa estrada de barro secundária.
Reservas e Maiores informações ligar para:
Associação Brasil Mestiço – tel: 21 3852.0043 ou 3852.0053
brasil@brasilmestico.com.br
REALIZAÇÃO:
Associação de Moradores do Quilombo São José
PRODUÇÃO:
Associação Brasil Mestiço
PATROCÍNIO: PETROBRAS
APOIO: NATURA, UNESCO, Ministério da Cultura, SESC Rio de Janeiro, SEPPIR, Observatório Jovem e Prefeitura de Valença.
QUILOMBO SÃO JOSÉ
A comunidade do Quilombo São José, localizada na Serra da Beleza, fica no município de Valença há três horas do centro do Rio de Janeiro.
O trabalho em conjunto na agricultura de subsistência, a religião da Umbanda, a sabedoria das ervas medicinais, o artesanato tradicional, as benzeduras, o Calango, o Terço de São Gonçalo e o Jongo fazem parte do cotidiano dos moradores do quilombo desde a chegada dos seus antepassados naquela fazenda por volta de 1850.
Visitar o Quilombo São José é uma viagem ao passado. Na propriedade, pouca coisa mudou desde a Abolição da Escravatura. Todos os seus moradores são parentes, até dois anos atrás a comunidade não tinha luz elétrica, o ferro à brasa, o candeeiro e o fogão à lenha fazem parte do dia-a-dia.
O grupo de aproximadamente 200 negros é a sétima geração desde os primeiros escravos comprados para trabalhar nas lavouras de café da Fazenda São José. Com a abolição, os ex-escravos construíram suas casas de adobe (tijolo de barro) cobertas de sapê no alto da serra, à beira de um córrego. As gerações seguintes reforçaram os laços sanguíneos e de solidariedade, viveram a crise do café e viram sua substituição pelo milho e depois pelo gado.
Por essas razões o Jongo de São José permaneceu intacto desde os tempos do Brasil colonial.
Nessas terras, os negros de São José constituíram um núcleo religioso e cultural procurado não só pelos moradores das cidades próximas, mas de vários outros pontos do Brasil e do mundo que visitam a comunidade nos eventos que lá acontecem ao longo do ano. O do dia 13 de maio, em homenagem ao dia dos Pretos-velhos vem atraindo a cada ano um público de 3.000 turistas de diversas capitais do Brasil e do exterior.
No dia 05 de abril de 1999 o Governo Federal reconheceu oficialmente a comunidade como remanescente de quilombo abrindo caminho para a titulação de suas terras, porém o processo de desapropriação ou compra da fazenda tem se mostrado muito demorado.
Atualmente a restrição das terras para plantio imposta pelo fazendeiro proprietário da fazenda e a lentidão das autoridades federais na desapropriação do Quilombo fazem com que seus moradores enfrentem graves dificuldades para sobreviver.
Mesmo assim, graças a sua forte identidade cultural, sua religiosidade e união familiar eles conseguem se manter como uma das comunidades mais bonitas do Brasil.
Em junho de 2000 seus moradores, fundaram a Associação de Moradores do Quilombo São José que tem como objetivo intensificar a luta pela desapropriação de suas terras, o registro e divulgação dos seus patrimônios culturais e a implementação de projetos de agricultura, turismo, cultura e educação popular visando a mudança da qualidade de vida local.
Recentemente o Quilombo foi selecionado pela UNESCO e pelo Ministério da Cultura para os projetos Criança Esperança e Ponto de Cultura.
O 11º Encontro de Jongueiros tem como objetivo chamar a atenção das autoridades responsáveis do governo federal para acelerar a desapropriação das suas terras garantindo a mudança de qualidade de vida e salvaguarda do jongo.
O Quilombo São José é considerado um dos berços do jongo, local onde são encontradas as matrizes desse ritmo.
O jongo
O jongo, também conhecido como caxambu, é uma dança de roda e de umbigada e um ritmo cujas matrizes vieram da região africana do Congo-Angola para o Brasil-Colônia. Foi trazido pelos negros de origem banto, que vieram como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba e interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O Jongo era uma das poucas possibilidades de diversão dos escravos, reunindo canto e dança em uma grande festividade.
Precursor do samba, foi uma das mais importantes contribuições dos negros para a cultura nacional, especialmente na formação da música popular brasileira especialmente do samba.
Patrimônio cultural do país, o jongo é encontrado em comunidades situadas no interior da região sudeste, predominantemente no Estado do Rio de Janeiro.
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