Pesquisadores lançam relatório sobre Alcântara
Pesquisadores da UFMA lançam nesta sexta-feira relatório sobre deslocamento compulsório e insegurança alimentar em Alcântara
Fome de Farinha – deslocamento compulsório e insegurança alimentar em Alcântara, uma coletânea organizada pelos antropólogos e professores Maristela de Paula Andrade e Benedito Souza Filho, da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), será lançado nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, às 17h, no CCH, Campus do Bacanga.
O evento vai contar com a presença de lideranças comunitárias de Alcântara e representantes do MABE (Movimento dos Atingidos pela Base Espacial).
O livro reúne estudos realizados por equipe do Gerur (Grupo de Estudos Rurais e Urbanos), da UFMA. Trata da crise ecológica enfrentada pelos atuais quilombolas do município de Alcântara, Maranhão, após a implantação do centro de lançamento de artefatos espaciais, na década de 80, e da transferência das famílias para as chamadas agrovilas.
Segundo os professores, contrariamente à visão oficial que percebe esses segmentos camponeses como intrinsecamente carentes, ignorantes e desprovidos, os estudos buscam apreender os complexos os sistemas de classificação dos recursos naturais e o modelo de natureza que os preside, assim como as formas nativas de produzir e consumir alimentos.
“Na verdade, a pesquisa retrata o processo de insegurança alimentar provocado pelas ações oficiais, compreendido pela categoria nativa fome de farinha, e o agravamento desse quadro, diante da possibilidade da implantação de novos sítios de lançamento para aluguel à Ucrânia e outros países”, afirma professora Maristela de Paula Andrade.
ALTA TENSÃO – Durante o evento, também será lançado outro livro, organizado pelo Gerur (Grupo de Estudos Rurais e Urbanos), da UFMA, intitulado Alta Tensão: conflitos, representações e dinâmicas de uso e ocupação de faixas de servidão de linhas de transmissão da Eletronorte. Além de Maristela Andrade e Benedito Souza, também fazem parte da organização os professores Horácio Antunes de Sant´Ana Júnior e Ednalva Maciel Neves.
Os diferentes estudos, reunidos nesta coletânea, incidem sobre trecho São Luís – Santa Rita, no Maranhão. Tentam desvendar as práticas e as representações de diferentes agentes sociais colocados sob as linhas de transmissão da Eletronorte, ou em suas proximidades, acerca dos equipamentos da empresa, dos espaços que ocupam, do risco e perigo de viverem em tais áreas. Tentam retratar as tensões sociais sob os fios de alta tensão. Buscam, ainda, perceber como a empresa pensa e age sobre aqueles que classificam como invasores.
Mais informações com Flávia Moura – assessoria de comunicação – 9112-9358.