TO – Barra do Aroeira ganha documentário
Dentro da programação do Seminário de História da África, da Cultura Negra e do Negro, realizado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), acontece hoje no Espaço Cultural em Palmas, às 19h30, o lançamento do filme Soldado Negro. Barra de Aroeira: Comunidade Remanescente da Guerra do Paraguai. A produção retrata a memória social e histórica da comunidade da Barra da Aroeira, no município de Santa Tereza – fronteira com o corredor ecológico do Jalapão. Amanhã acontecerá reexibição a partir das 14 horas. A origem da comunidade da Barra da Aroeira foi iniciada com o patriarca de uma família, chamado Felix José Rodrigues. Ele foi um escravo e teria recebido a área de D. Pedro II, como recompensa por ter lutado na Guerra do Paraguai (1865-1970). A comunidade cresceu com a chegada de parentes de Rodrigues e também pelo nascimento de seus filhos. Atualmente, o local tem cerca de 180 pessoas. A informação é da professora de História da UFT, Rosy de Oliveira, que diz ainda que a comunidade tem muito orgulho de sua história, mas um problema de ordem prática existe: a falta do documento de posse das terras, que desapareceu. A comunidade enfrenta luta na justiça pela posse da área, que hoje não tem a mesma delimitação que tinha à época de Felix José Rodrigues. Na opinião de Rosy de Oliveira, seria mais fácil conseguir a posse definitiva se a comunidade se considerasse remanescente dos quilombolas, o que não ocorre. ³Eles se orgulham de não serem remanescentes de grupos que fugiram de fazendas para formarem quilombos, mas daqueles que participaram da Guerra do Paraguai e, por isso, receberam a terra², diz. O documentário, que tem 18 minutos, é resultado do trabalho de Rosy de Oliveira, juntamente com o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), Antonio L. Pires e do representante do Ponto de Cultura Tambores do Tocantins, José Iramar da Silva. Um dos objetivos da produção é criar um momento em que a comunidade da Barra da Aroeira se abra para falar um pouco dessa história. O seminário sobre cultura negra começou na última quinta-feira em Porto Nacional e hoje as atividades têm início na Capital. Nesta manhã acontece uma conferência sobre Arte e Cultura Afro-Brasileira e à tarde a programação conta com debates e mesas redondas. A programação completa pode ser acessada no site www.uft.edu.br. < O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo. >