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Quilombolas e pescadoresjuntos na defesa da Baía de Sepetiba

Quilombolas e pescadores vão se unir na luta contra dragagem que põe em risco Baía de Sepetiba

Representantes dos quilombolas da Restinga da Marambaia, ambientalistas e pescadores da Ilha da Madeira, Pedra de Guaratiba, e Mangaratiba reúnem-se no próximo domingo, às 9h30m na Ilha de Jaguanum, para acertarem novas etapas da luta contra projeto do grupo alemão ThyssenKrupp e da Vale do Rio Doce, para construção de uma siderúrgica, uma termelétrica a carvão e um terminal marítimo na Baía de Sepetiba.

O projeto prevê a construção de uma enorme cava no fundo do mar, exatamente em frente à Ilha de Jaguanum para lançamento de 21 milhões de m3 de lama contaminada por metais pesados resultante da dragagem de um canal de acesso ao terminal marítimo exclusivo, o que coloca em risco o equilíbrio ecológico de uma das mais belas paisagens do Rio de Janeiro, que também prejudicará cerca de 3 mil pescadores artesanais.

O ponto de encontro do grupo será no cais principal de Itacuruçá, às 9 horas, com organização do Fórum de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Zona Oeste e Baía de Sepetiba, coletivo formado por grupos ecológicos, associações de pescadores e lideranças comunitárias, que atuam há vários anos na defesa e proteção da bacia hidrográfica da região. As 9:30 h barcos sairão com os manifestantes levando faixas e cartazes em direção à Ilha de Jaguanum localizado no interior da Baía de Sepetiba.

O empreendimento da CSA, tem por objeto a estruturação de uma gigantesca Siderúrgica acompanhada de um mega Terminal Portuário para escoar suas 4,8 milhões de toneladas de placas de aço por ano para o exterior, assim como da construção de uma Termelétrica a carvão mineral, altamente poluente.

A construção do terminal marítimo exigirá a dragagem de um canal justamente na área em que a lama do fundo do mar está contaminada pelo lançamento, anos a fio, de resíduos de metais pesados, altamente tóxicos, oriundos em sua maioria da Companhia Ingá Mercantil. A empresa pretende colocar os resíduos dessa dragagem numa enorme cava de 12 a 17 metros no fundo do mar (CDF), a ser localizada exatamente na única área onde os pescadores ainda conseguem capturar pescado. A área de exclusão do empreendimento vai reduzir mais da metade da área tradicionalmente utilizada pelos pescadores artesanais, provocando enorme prejuízos econômicos e maior empobrecimento destas famílias, além do desmantelamento cultural destas comunidades tradicionais.

Associações de pescadores e ambientalistas ingressaram nos últimos dias com Ação Judicial no Fórum do Rio de Janeiro para impedir a bota-fora da lama contaminada no interior da Baía de Sepetiba e exigir a adoção de tecnologia mais seguras como o encapsulamento dos metais pesados e destino em aterro industrial devidamente licenciado.

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