Falta de inclusão transforma Abolição em data de protesto
Para a comunidade negra, o dia de hoje – da Abolição da Escravatura – é tido como uma data de protesto porque não existiu uma política de inclusão do negro à sociedade brasileira após a assinatura da Lei Áurea. Para os movimentos negros, a principal data é o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, data de morte do negro Zumbi, líder da resistência no que foi o maior quilombo do País, o Palmares. As opiniões são divididas por José Ricardo dos Santos, da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (Copire) e pela mestre em Comunicação pela Universidade Metodista e pesquisadora de assuntos relacionados à comunidade negra e africana Eliane de Souza Almeida. ‘Até os dias de hoje os negros sofrem as consequências da escravidão e desta abolição executada sem planejamento. Que liberdade é essa que não é acompanhada de medidas de compensação? É necessário políticas de integração para direito iguais, o que não temos até hoje’, declara Santos.Participação A pesquisadora Eliane declara que a escravidão não foi, para a comunidade negra, um movimento pacífico e que ‘desde a captura houve a resistência do povo negro’. No entanto, a participação do negro na luta por seus ideais ainda se mostra ‘tímida’. ‘Eu ainda acredito que os negros da nossa região têm uma posição muito tímida. O grande problema é não se enxergar negro. É importante que os jovens se conscientizem de sua negritude e busquem seu espaço como brasileiros. Nós somos os ingredientes que construíram esta nação’.
< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>