Filme narra vida de comunidade de Santo Antônio do Guaporé
Filme de Beto Bertagna estréia neste domingo em todo o Brasil
Documentário será exibido pela TV Cultura e em todas as TVEs do país
O documentário que vem de Rondônia, encerrando a exibição dos documentários brasileiros do DOCTV II mostra histórias de pessoas beiradeiras, entrecortadas por outras pequenas histórias relacionadas ao rio Guaporé, retratando a diversidade cultural da fronteira do noroeste do Brasil com a Bolívia.
Conta com as participações especiais do Professor-Doutor da Universidade Federal de Rondônia, Marco Antônio Domingues Teixeira, do poeta Thiago de Mello, do poeta Walter Bártolo, com trilha musical de Bado, Binho, Alkbal e do grupo Quilomboclada.
O líder quilombola José Soares Neto, o “Zeca Lula” narra a vida na comunidade de Santo Antônio do Guaporé, caminhando entre afloramentos de urnas funerárias indígenas.
O pequeno povoado tem o rio como único elo de ligação com a civilização e é constantemente ameaçado pelo sistema capitalista.
Mas às vezes o silêncio se sobrepõe, e o mais importante é a lentidão das águas e da sua gente…
Em outro trecho o ex-delegado de Pedras Negras, Ambrósio Paes, questiona o passado e o presente de uma região abandonada pelo poder público.
Hoje Pedras Negras é um povoado fantasma, assombrado pelo avanço da soja, que chega já às margens da fronteira…
Paes introduz hinos à celebração centenária da Festa da Coroa do Divino Espírito Santo, que congrega os homens e mulheres que vivem no lado brasileiro e no lado boliviano do rio, como Versalhes, Remanso, Surpresa, Pimenteiras, Rolim de Moura do Guaporé e Costa Marques.
Com depoimentos de promesseiros e do bispo de Guajará-Mirim, Dom Geraldo Verdier, o documentário também mostra a ótica da ocupação portuguesa no século 18 com a obstinação do Capitão-General Dom Antônio Rolim de Moura que vem com ordens da Coroa para fundar Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital do Mato Grosso.
O quarto governador da Capitania do Mato Grosso, Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres edifica o Real Forte Príncipe da Beira no apogeu do período colonial.
Portugal precisava assegurar uma rota entre as minas de ouro de Mato Grosso e Portugal, através dos rios Guaporé, Mamoré, as cachoeiras do Madeira, o Amazonas e o Oceano Atlântico. Mas duzentos e vinte anos se passam desde sua inauguração e até agora nenhum tiro foi disparado , não há nenhuma luta na história da monumental fortaleza.
A fuga de escravos formou comunidades quilombolas ao longo do rio Guaporé, as verdadeiras guardiãs da fronteira do Brasil. E que hoje buscam cidadania. Abandono, segurança nacional, tráfico de drogas, isolamento, amor à pátria, ignorância, história e memória formam um mosaico de cores fortes.
Os teimosos guaporeanos continuam a passar dificuldades em meio ao paraíso natural. Afinal, que Brasil é este que começa no rio Guaporé, palco de tantas lutas no passado entre as Coroas Espanhola e Portuguesa e hoje completamente abandonado?
O documentário será exibido às 22 hs(hora de Rondônia) deste domingo pela TV Cultura de São Paulo (canal 29 Sky) , ViacaboTV, pela TV Educativa do Rio , TV Nacional de Brasília, Rede Minas, TVE da Bahia, TVE Rio Grande do Sul, TV Cultura do Pará(Funtelpa), TV Cultura do Amazonas, TV Aldeia do Acre e em todos os outros estados através de uma rede de emissoras educativas, para um público estimado pelo Ibope em mais de 3 milhões de expectadores. Em Porto Velho, a apresentação no Cineoca acontece às 17:00 hs.
FICHA TÉCNICA
Abertura
Paulo Arruda
Locução
Clemente Drago
Trilha Sonora
Bado e Binho – CD “Aldeia de Sons”
Alkbal
Quilomboclada
Fotografia
Carlos Levy
Auristênio Rodrigues
Fotografia adicional
Aléxis Bastos
Edição
Preview
Gilmar Santos
Ray Corrêa
Coordenação Local
Cândrica Madalena Silva (Bebel)
Robson Vieira da Silva
Produção
Beto Bertagna/CL Vídeo/Governo de Rondônia/TV Cultura
Roteiro e Direção
Beto Bertagna
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