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Feira quilombola teve resultado positivo

Sucesso Total. Essa é a avaliação da coordenação da III Feira Quilombola do Peixe Vivo realizada mais uma vez na Universidade Federal do Pará (UFPA). Em menos de duas horas, foram comercializadas duas toneladas de tambaqui regional no prédio do Vadião.

O peixe veio da comunidade de Itacoã, localizada no Acará. “Criamos o peixe em lagos formados a partir da escavação de áreas de várzea. Ao escavar esse tipo de terreno, a água brota naturalmente, por isso falamos que o nosso peixe é criado em ambiente natural, o que mantém o sabor tão preservado quanto o do pescado em nossos rios’, explicou José Maria Alves Monteiro, coordenador do grupo de piscicultores da comunidade.

O quilo do pescado foi vendido a R$ 5, em média, R$ 3 mais barato que o encontrado no mercado. O tambaqui comercializado na feira é resultado de um projeto de piscicultura desenvolvido junto a Associação de Remanescentes de Quilombos “Filhos de Zumbi”.

O trabalho começou a ser desenvolvido pelo POEMA em 2002. Uma ação de revitalização da atividade. “Capacitamos os produtores, transferindo tecnologia e garantindo a logística para desenvolver a atividade. Mostramos a eles que era possível ter ocupação e renda seguindo os princípios do desenvolvimento sustentável”, explicou Ailton de Lima, presidente do Núcleo de Ação para o Desenvolvimento Sustentável (POEMA).

Evento Paralelo – Este ano, além de peixe vivo, o público contou com Mel. O POEMA realizou a I Feira do Mel. 50 produtores de Tomé-Açu trouxeram para Belém 45 litros do produto, extraídos da floresta. Cada litro foi vendido a R$ 10.

A extração do mel está melhorando a qualidade de vida dos agricultores do município do nordeste paraense. O projeto realizado pelo POEMA com financiamento da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) começou em 2003. No ano passado, a colheita chegou a seis toneladas do produto.

“Por enquanto, a produção atende o mercado local. O consumo é feito em pouco tempo. O lucro é divido em partes iguais entre os produtores”, explicou Gilvandro Andrade, técnico em agropecuária contratado pelo projeto para dar assistência técnica e treinamento para os produtores.

Futuro – A atividade, desenvolvida em parceria com o programa Raízes, do Governo do Estado, colhe frutos bem melhores e maiores que a própria Feira do Peixe Vivo. De 2004 a 2005, a produção de pescado foi de 12 toneladas. Nos últimos doze meses, chegou a 25 toneladas. “Até o mês de junho, os piscicultores vão vender o peixe que existe. Depois disso, eles vão limpar os tanques para ampliar a área de produção”, contou Ailton. O objetivo é ampliar a produção. “Em 2007, nossa perspectiva, é estar com 100 toneladas”, finalizou.

Depois de uma manhã inteira de vendas em Belém, a Associação “Filhos do Zumbi”, volta para Acará. “Nesta quinta (13), a Feira Quilombola do Peixe Vivo vai ser realizada lá no município. Pelo segundo ano, vamos apresentar nossa produção numa Feira desse porte lá no Acará”, contou José Maria.

Além disso, o grupo vai participar da Semana do Meio Ambiente que acontece em junho, na UFPA. “No dia 05, vamos montar nossa feira durante esse evento”, adiantou Ailton de Lima.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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