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RN – Moradias são destruídas em Simbaúba

Pequenas moradias são destruídas

No dia anterior à visita de O Poti em Sibaúma, a reportagem procurou Tiego para adiantar questões ligadas à comunidade. Durante a entrevista, ele recebe telefonema de uma quilombola desesperada. Segundo ela, tratores e agentes do Ibama, Polícia Federal e prefeitura estavam derrubando seu barraco. Seu nome é Lindomar Leandro Barbosa, 40 anos, descendente de uma das três famílias (Leandro, Camilo e Caetano) que deram origem ao quilombo.

No dia seguinte a reportagem procurou Lindomar. Eram 10h e ela estava na beira da praia, no local onde estava erguido seu barraco de palha e compensado, agora destruído. ‘Não respeitaram nem o almoço que estava no forno. Eles só me disseram que era pra deixar a praia liberada’. Na mesma linha de maré, a cerca de 30 metros, um restaurante permanece no local. Lindomar sustenta os cinco filhos com a renda do Bolsa Família (R$ 95), programa social do Governo Federal. Os móveis do quilombola ainda estavam na praia.

E não foi difícil encontrar quilombolas desabrigados durante uma manhã. Próximo a uma placa para comércio de imóvel próximo a área de dunas, o quilombola Antônio Lira da Silva, 46 anos, também filho de descendentes antigos, chorava seu barraco destruído no dia anterior. De início ele dizia estar ‘pensando na vida’, quando perguntado o que fazia no local, já que parecia perdido e angustiado. Depois, o quilombola, que trabalha como servente em Sibaúma, não segurou as lágrimas e desabafou:

‘Como podem fazer isso com um filho original daqui? Todas as minhas coisinhas estão debaixo do barro. Nem meus documentos eu encontrei’. Antônio afirma ainda ter ‘sorte’ em ter a casa do pai, onde pôde dormir no dia anterior. ‘Mas não dá pra ficar lá porque tem muita gente’. A reportagem também constatou, na beira-mar, amigos de Antônio procurando, entre os destroços, seus documentos, entre outros objetos.

Na área por trás do barraco destruído de Antônio, existem casas de veraneio, pousadas e resorts. Na mesma linha dessas edificações, mais adiante, praticamente toda a área está cercada. A vegetação nativa foi cortada em alguns trechos para o início do alicerce de futuras construções.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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