Cartilha busca preservar a memória afro-descendente
Cartilha sobre a contribuição dos Negros no RS é lançada
Foi lançada no último dia 7, em Porto Alegre a cartilha Os Negros no Rio Grande do Sul. O objetivo da publicação é preservar a memória dos afro-descendentes gaúchos na formação social do Rio Grande do Sul. Entre esses marcos, está o fato do Rio Grande do Sul possuir um dos maiores números de centros de culto aos orixás, conhecidos no estado por batuques; como também as características de comer, vestir e falar que persistem até os dias atuais. A publicação resulta de convênio realizado entre a Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade que assessora diversos trabalhos do Iphan na área de patrimônio imaterial, e a Secretaria da Diversidade e Identidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) com a Organização Não Governamental de Mulheres Negras.
Segundo Andréia Quintanilha Sousa, que coordenou a confecção do material, a pesquisa buscou identificar e expor marcos da presença negra no estado, passíveis de reconhecimento como patrimônio, muitas vezes desconsiderado pela história que se aprende na escola. Ela afirma que o objetivo da cartilha é também garantir o direito à cidadania à população afro-descendente e comprometer-se com mudanças efetivas, criando um instrumento para que seja cumprida a Lei no10.639, de 9 de janeiro de 2003, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas: não basta apenas sancionar a Lei, é preciso que toda a sociedade comprometa-se a derrubar as barreiras históricas conjugadas com preconceitos velados, o que significa repensar a história do negro no Brasil, concluiu.Para o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Social e Cultural da Comunidade Negra, Mário Augusto Silva, este é apenas o começo do resgate de uma cultura. O livro aborda vários aspéctos inclusive o histórico. Lembrou que o Conselho também está realizando uma pesquisa sobre os Quilombos. A atenção e busca de documentação é para o Quilombo localizado na ilha dos Marinheiros, conhecido como do negro Lúcio.
A Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul mapeou 42 quilombos no estado: são cerca de 1,4 mil famílias de descendentes de escravos em 27 municípios do Rio Grande do Sul.
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