Pesquisas vencedoras podem ser usadas para criar políticaspúblicas para quilombolas
Trabalhos de pesquisa sobre comunidades quilombolas podem ajudar políticas públicas
A premiação de trabalhos de pesquisa sobre a realidade das comunidades quilombolas no Brasil pode incentivar estudos que revelam como funciona a dinâmica social, econômica e cultural desses povos, permitindo ainda a criação de políticas públicas mais adequadas para cada situação. A afirmação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, durante a entrega do Prêmio Territórios Quilombolas, na manhã desta quarta-feira (7) no auditório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília.
Rossetto disse ainda que o Programa Brasil Quilombola, do governo federal, tem como objetivo transformar o País em uma referência mundial na busca da superação da pobreza e da valorização da identidade e dos valores dessas comunidades. “Estamos fazendo um grande esforço para garantir igualdade de direitos para os quilombolas que antes estavam esquecidos”, afirmou o ministro.
Segundo o sub-secretário de comunidades tradicionais da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da igualdade Racial (Seppir), Carlos Eduardo Trindade, o momento atual é um exemplo do que o governo federal conseguiu implementar durante os últimos três anos. “Em relação às políticas para comunidades quilombolas, avançamos no quesito desenvolvimento local e na produção de conhecimentos”, destacou.
Os primeiros três colocados para a categoria Apoio à Pesquisa foram Olavo Marques, Neide Beraldo e Vera Regina Silva. Para a categoria Ensaio Inédito, foram premiadas as participantes Sara Alonso e Ana Paula Carvalho. Os trabalhos vencedores serão publicados pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e devem ser lançados em junho de 2006.
Visibilidade
A segunda colocada da categoria Ensaio Inédito, Ana Paula Carvalho, que escreveu sobre o quilombo urbano da Família Silva, de Porto Alegre (RS), acredita que os trabalhos podem ser apropriados pelas comunidades de forma positiva. “Esses estudos trazem uma valorização maior da história dos quilombos e ainda dão visibilidade àquelas situações conflituosas”, observou.
Durante a premiação, o ministro Miguel Rossetto e a representante da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) também assinaram um Termo de Cooperação Técnica para Estudos e Pesquisas. A coordenadora do Programa de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça e Etnia (PPIGRE), do MDA, Andréa Butto, explica que o termo prevê cooperação mútua entre as duas partes para realizar estudos que subsidiem a efetivação de políticas públicas e a promoção da igualdade racial. “O acordo é importante porque implica na qualificação do MDA para a execução de políticas públicas de maneira adequada”, ressaltou.
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