Cametá encerra jogosquilombolas

Evento também chama atenção para a cultura e aspectos sociais

Durante cinco dias Cametá foi palco de várias modalidades esportivas, como corrida, futebol de salão, futebol de campo, vôlei de areia e salto a distância, e de uma intensa programação cultural com a apresentação de grupos folclóricos, danças afro e o samba de cacete, além de realização de oficinas, exposição de fotografia, capoeira Angola e lançamento de CD. A programação fez parte dos III Jogos Quilombolas do Pará, encerrados ontem.

O evento reuniu cerca de 600 participantes de comunidades remanescentes de quilombos de 23 municípios paraenses. Para o representante das Associações de Quilombolas do Pará (Malungo), Gercino Vilhena da Costa, 43, de Abaetetuba, a realização dos jogos possibilitou uma aproximação maior com as outras comunidades a fim de trocarem experiências. Foi uma oportunidade para a gente fortalecer as lutas do movimento negro pelos nossos direitos, declarou um dos coordenadores da Malungo, entidade que congrega 60 associações no Estado do Pará.

Na opinião do técnico do Programa Raízes, Sérgio Fernandes, o evento foi positivo porque serviu para mostrar que as comunidades possuem uma imagem e identidade cultural. O quilombo não é algo fechado, isolado, pelo contrário, sempre manteve relação com a sociedade, disse.

Confraternização – Para encerrar o evento, seria realizada ontem à noite uma festa no seminário São Vicente de Paulo, onde seriam premiados, com medalhas e troféus, os três primeiros colocados nas modalidades esportivas. Além disso, estavam previstas apresentações do boi de Porto Alegre (Cametá), dança do gambá (Gurupá), bangüê castelo e samba de cacete (Baião).

Os participantes também conheceram a comunidade de Matias, localizada a 18 km de Cametá, marcada pela exclusão social, sobretudo no que diz respeito a transporte e energia elétrica.

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