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Jongo é aprovado no IPHAN como patrimônio cultural do Brasil

Registro do jongo como patrimônio cultural é aprovado pelo Iphan

Carolina Cantarino

O Conselho Consultivo do Iphan aprovou, em sua última reunião no dia 10 de novembro, o registro do jongo como patrimônio cultural do Brasil. O registro é o instrumento jurídico que marca a retomada, pelo Iphan, da proposta inaugural de Mário de Andrade de se reconhecer como patrimônio não só os bens edificados mas também os chamados bens imateriais, ou seja, as celebrações, práticas e saberes das culturas populares. A música – e, em particular, o samba – vem recebendo atenção especial por parte do Iphan: o samba-de-roda (leia reportagem) da região do Recôncavo baiano foi registrado como patrimônio imaterial em outubro de 2004 e outras modalidades tradicionais de samba também estão sendo inventariadas, como o samba carioca; o samba rural paulista; o côco, do estado do Espírito Santo; e o tambor de criola, do Maranhão.

Considerado como uma das bases do chamado samba de partido alto, o jongo é praticado nas periferias das cidades e em algumas comunidades rurais. Ele acontece, principalmente, durante as festas dos santos católicos, de divindades afro-brasileiras e no dia 13 de maio, data da abolição da escravidão no Brasil.

O jongo foi criado pelos escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar no vale do Rio Paraíba. As metáforas características dos pontos cantados permitiram, muitas vezes, aos escravos jongueiros, comunicarem-se entre si, de um modo que os capatazes e senhores das fazendas não conseguiam entender.

A recuperação da história da origem do jongo e de sua continuidade nos dias atuais integrou a pesquisa (leia artigo) realizada pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, instituição ligada ao Iphan, e que ficou responsável pela realização do inventário necessário para se instruir o processo de registro do jongo. Foram visitadas dezenas de comunidades jongueiras nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Essas comunidades tiveram uma participação importante durante todo esse processo de patrimonialização do jongo.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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