• (21) 3042-6445
  • comunica@koinonia.org.br
  • Rua Santo Amaro, 129 - RJ

Empresas de celulose se expandem pelo ES e BA

Empresas de celulose expandem plantios no Estado e na Bahia

Por Flávia Bernardes

Com a desculpa de que os estados da Bahia e Espírito Santo não são adequados para a produção de alimentos, as empresas de celulose Aracruz, Veracel e Bahia estão expandindo indiscriminadamente seus eucaliptais nestas regiões. A informação revoltou os camponeses capixabas. “Não existe agricultura de eucalipto, e sim agricultura de alimentos”, rebatem.

Para o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a afirmação das empresas faz parte de uma mentalidade de agronegócio, sem compreender o meio ambiente, sem entender da terra, do clima e do respeito pela natureza. Essa mentalidade, segundo Derly Casali, do MPA de Grabriel da Palha, norte do Estado, é responsável pela destruição das matas e poluição dos rios.

“Basta conhecer nossas terras para saber da sustentabilidade que conquistamos na região do campo. Temos todos os alimentos e ainda conseguimos preservar nossas florestas e rios. Temos outra compreensão real do que é agricultura, alimento e saúde”, acrescentou.

O eucalipto para o MPA não é agricultura, e pode ser facilmente visto o impacto da expansão de eucaliptocultura sobre as comunidades quilombolas, indígenas e camponesas, além do sufocamento de outras possíveis formas de produção agrícola.

Os efeitos da monocultura do eucalipto são enormes. Vão desde a destruição da água – a espécie exótica é voraz consumidora nos seus primeiros anos de vida -, até a contaminação do solo com agrotóxicos. Para o plantio de eucalipto foi arrancada a mata atlântica, crime praticado pela Aracruz Celulose, e demais empresas de celulose do país.

No Espírito Santo, a Aracruz já esgotou totalmente os recursos. E foi para a Bahia, onde desfruta de novos e grandes incentivos fiscais. A Veracel, empresa que construiu em parceria com outra multinacional, a Stora Enso, foi inaugura há poucos meses. E com dinheiro brasileiro, alocado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na versão oficial, os eucaliptais ocupam 190 mil hectares no Espírito Santo. Os agricultores e ambientalistas que tratam deste assunto afirmam que só a Aracruz Celulose tem mais de 250 mil hectares plantados com eucalipto no Estado. A empresa ainda expande seus plantios, através do Programa Produtor Florestal, mas em áreas residuais.

A Aracruz Celulose tomou terras quilombolas e pequenos agricultores, além dos índios. Só dos índios foram amealhados 40 mil hectares, dos quais a própria Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhece 18.070 hectares. Desses, ainda não foram oficialmente demarcados 11.009 hectares.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo