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Crescimento de BH ameaça comunidade de Mangueiras

Comunidade Quilombola de Mangueiras

A comunidade quilombola de Mangueiras situada na região nordeste do município de Belo Horizonte está sendo ameaçada pelo crescimento desordenado da cidade.

O Projeto Quilombos Gerais visitou a comunidade quilombola de Mangueiras em Belo Horizonte no dia 29 de outubro de 2005.

A comunidade quilombola de Mangueiras situada na região nordeste do município de Belo Horizonte está sendo ameaçada pelo crescimento desordenado da cidade. O entorno da comunidade já está cercado de moradias do bairro Novo Aarão Reis de um lado e Ribeiro de Abreu do outro. A forte identidade de matriz africana e a relação dos moradores com o território tradicional ficam ameaçadas com a intrusão violenta de novos valores por moradores do entorno.

A comunidade de Mangueiras possui 16 casas, com aproximadamente 20 famílias e 65 pessoas. A luz elétrica foi instalada recentemente no local. Na região de Mangueiras há escolas e posto de saúde.

A grande maioria dos moradores é católica. Uma parte professa religiões de matriz africanas. Os idosos contam que havia muito batuque no local, mas atualmente os jovens não se interessam em continuar a tradição.

O terreno foi doado pela família dos Wernwcks em 1932 para a matriarca Maria Bárbara. A família de Maria Bárbara trabalhava na fazenda e teve a gleba cedida pelos fazendeiros, mas falta regularizar os documentos.

A Copasa construiu uma rede de esgoto para atender locais vizinhos que atravessa o terreno de Mangueiras, mas eles não podem usufruir da obra. A comunidade não possui saneamento básico e nem coleta de lixo. As três nascentes que estão no território quilombola estão poluídas em conseqüência da ocupação desordenada de terrenos vizinhos. A mata ainda preservada pelos moradores garantem o uso de ervas medicinais e a presença de diversos animais silvestres, como o teiú, o ouriço caixeiro, a raposa e o cachorro do mato.

A origem dos primeiros moradores quilombolas da região possivelmente foram de negros que trabalhavam nas regiões de Sabará ou Santa Luzia, cidades coloniais que se desenvolveram no século XVIII através das atividades mineradoras.
A grande parte dos moradores não possui emprego e vivem de trabalhos esporádicos, aposentadorias e pela renda do programa governamental Bolsa-Família.
Na comunidade de Mangueiras ainda não existe nenhuma associação ou grupo organizado, mas os moradores estão se organizando para reivindicar e fazer valer seus direitos como quilombolas.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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