Cotidiano indígena e quilombola nos estandes do ISA
O conhecimento da cultura indígena e dos saberes tradicionais dos povos
quilombolas, acumulados em décadas de projetos de campo pelo Instituto
Socioambiental (ISA), estarão retratados em dois espaços da entidade no
Mercado Floresta, entre 5 e 8 de novembro em São Paulo. Primeiro, o estande
institucional trará produtos que permitam ao público entender as áreas de
atuação do ISA, como publicações, mapas, Cds, entre outros itens como
camisetas de importantes campanhas socioambientais.
Nesse caso, os visitantes podem adquirir os produtos ali mesmo, já que a
maioria não se encontra nas grandes livrarias e estabelecimentos comerciais.
Entre os livros, destacam-se o “Peixe e Gente no Alto Rio Tiquié”, o
“Almanaque Socioambiental”, “Mulheres da Amazônia”, do fotógrafo Pedro
Martinelli, “Histórias Tuyuka de Rir e Assustar” e “Terras Indígenas e
Unidades de Conservação – o desafio das sobreposições”, vencedor do último
Prêmio Jabuti. Há ainda Cds como o “Caxiri na Cuia – o Forró da Maloca” e o
vídeo “Araweté: Visão do Povo Tupi na AM”.
O segundo estande traz a realidade local de dois projetos locais do
Instituto: o programa Rio Negro e o programa Vale do Ribeira, representados,
respectivamente, por membros de etnias indígenas, como os Baniwa, e
habitantes de quilombos, como o de Ivaporunduva, além de sua produção
artesanal.
O programa Rio Negro visa criar condições para o desenvolvimento sustentável
nessa bacia do estado do Amazonas, localizada numa região trinacional entre
Brasil, Colômbia e Venezuela, e onde se encontra uma das maiores
diversidades socioambientais do País, com 23 povos indígenas e um mosaico de
formações florestais. A população de 40 mil pessoas está distribuída em 750
comunidades ao longo dos rios e áreas mais urbanizadas. Algumas delas, como
os índios Baniwa, trazem sua produção artística e conhecimento para a feira
de novembro, cuja marca é o trançado com fibras de arumã e uma sofisticada
cestaria, famosa por seus grafismos.
Já o projeto Comunidades Quilombolas, que busca a conservação ambiental com
melhoria da qualidade de vida no Vale do Ribeira, estará representado pela
centenária comunidade de Ivaporunduva, que tornou-se a primeira comunidade
quilombola reconhecida do estado de São Paulo. Entre as atividades que se
colocam como meios alternativos para gestão dos recursos naturais com
geração de renda, destacam-se a banana orgânica e seus sub-produtos, como o
artesanato em palha de bananeira.
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