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Ministra visita Sacopã

Matilde Ribeiro visita comunidade quilombola na zona Sul do Rio

Aline Beckestein

Rio – Uma comunidade quilombola situada na Lagoa, zona Sul da cidade, e
tenta conseguir a titularidade de seu terreno de 18 mil metros quadrados,
foi visitada hoje pela ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria de Promoção
da Igualdade Racial. O responsável pela comunidade, Luís Sacopã, informou
que o local abriga 30 pessoas de uma mesma família, a Sacopã, e todos seriam
descendentes de escravos que habitavam o local há 105 anos.

O terreno já obteve na Fundação Cultural Palmares o reconhecimento por ter
sido uma área de quilombo, mas ainda enfrenta batalhas judiciais em busca da
titularidade da área porque, segundo Luís Sacopã, fica numa área
extremamente valorizada da cidade. “A questão é que vivemos num local onde
só moram pessoas de poderio econômico. Uma área onde a especulação
imobiliária aumentou muito nos últimos anos”, disse.

A ministra Matilde Ribeiro informou que o governo trabalha para regularizar
a situação de todas as comunidades quilombolas no país. Mas os processos
esbarrariam em problemas como pessoas que se dizem proprietárias das terras
onde moraram as famílias descendentes de escravos. “Em geral ocorre a
sobreposição de posse. Há o proprietário particular que se diz dono daquela
terra e há os quilombolas que vivem naquela terra historicamente. A partir
daí, há todo um procedimento cartorial a ser feito e isso demora anos”,
comentou.

De acordo com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, existem cerca de
2.200 comunidades quilombolas em todo os Brasil. Destas, 140 estão como o
processo de regularização em andamento e apenas duas já conseguiram o título
de posse da terra.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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