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Quilombolas convidam para o III Festival do Beiju

III Festival do Beiju 2005

Convite
DD: Comunidades Quilombolas do Sapê do Norte de São Mateus e Conceição da Barra –ES

E com muito axé, que convidamos você a estar conosco no 3º Festival do Beiju, a realizar-se nos dias 27 e 28 de agosto de 2005, na Comunidade São Domingos em Conceição da Barra -ES.

A sua presença é muito importante para nós, e claro para a realização e sucesso do Festival.

Não perca e não deixe de vim experimentar o beiju mais gostoso do país.

Á memória dos negros
Comprados e vendidos como animais
Levados aos mais infames castigos
Nos instrumentos de suplício,
Surrados e humilhados no Largo do Chafariz,
Castrados e marcados a ferro e brasa,
Condenados sem direito de defesa e mortos,
Durante os séculos de escravidão
No vale do Cricaré,
E que nunca tiveram reconhecimento
Por suas lutas em busca da liberdade,
Nem seus nomes nas placas
De ruas e praças,
E muito menos sua história
Nos livros que estudamos nas escolas.

Maciel de Aguiar “Os últimos Zumbis”

“Terra Titulada, Liberdade Conquistada”

Na década de 70 existiam 10 mil famílias de remanescentes que habitavam no Sapê do Norte, hoje, existem pouca mais de 1.300 famílias que criaram verdadeiros núcleos de resistência á expansão da monocultura do eucalipto para fins de celulose. Esta monocultura causou uma ruptura com nas manifestações culturais, religiosas, ambiental, social e econômica, somadas as freqüentes violações dos direitos humanos, a posse de suas terras que foram dizimadas e muito fragmentadas para que este mega projeto do capitalismo mundial fosse implantado no Brasil.

As comunidades vivem hoje num grave risco social, vivendo sobre a ameaça e sofrendo um absurdo impacto social e ambiental, uma vez que as comunidades se localizavam no entro de grandes plantações de eucalipto, num verdadeiro deserto verde.

A revitalização da cultura Quilombola é constantemente tratada para que os núcleos não acabem, e que não se perca a identidade cultural e sua autonomia enquanto quilombola.

O Festival do Beiju se justifica à medida que busca resgatar a identidade cultural de cada povo, preservar, valorizar, conhecer sua história, sua gente, sua etnia, bem como o ser enquanto negro/quilombola como um importante elemento de resistência dessas comunidades.

O Festival do Beiju visa desenvolver atividades que certamente serão muito importantes para o fortalecimento da autonomia dos povos quilombolas. E a continuidade deste evento se dará a partir das características e especificidades das comunidades alvo, para os próximos festivais.

Uma festa idealizada, coordenada e realizada pelas comunidades quilombolas em busca de resgatar sua cultura, costume,todo território. Trazer as demais comunidades quilombolas existentes no estado do ES, parceiros, apoiadores, representantes governamental e não governamental.

Este evento é também para discutir em medida a cultura que para as comunidades é um símbolo de resistência dos quilombolas, discutir a questão agrária e fundiária, titulação e reconhecimentos dos territórios como quilombolas.

Este é o terceiro ano do Festival do Beiju, os outros festivais aconteceram nos dias 23 e 24 de agosto de 2003 na comunidade Nova Vista; 13 a 15 de agosto de 2004 na comunidade Divino Espírito Santo e agora 27 e 28 de agosto de 2005 na comunidade São Domingos.

As notícias corriam e os negros continuaram a fugir, Surgiram Quilombos no Rio de Janeiro , no Espírito Santo e em vários pontos do Nordeste
No principio, os agrupamentos era apenas masculinos, No solo fértil da serra da Barriga, nos Palmares, os Quilombos alimentavam – se de frutas, raízes e caça, erguendo choupanas para seus abrigos.

O número de homens aumentava sempre, com a chegada de novos foragidos.

o sonho de liberdade era quase completo, mas faltavam as mulheres, que eles decidiram raptar, abandonando o refúgio da mata para rápidas incursões nas fazendas mais próximas.

Com a invasão holandesa de 1630 na capitania de Pernambuco, os portugueses enfraqueceram a vigilância sobre os negros, que aproveitando – se da desorganização, fizeram crescer mas rapidamente a população de Palmares, Entre eles, chegaria também a princesa Aqualtune, que seria a mãe de dois chefes dos mocambos mais importantes do agrupamento. Mais tarde uma de suas filhas lhe deu como neto, o menino que entraria para a história com Zumbi dos Palmares

Realização:
•Associação das Comunidades Quilombolas de Conceição da Barra – ES
•Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
•Comunidades Quilombolas de São Mateus –ES
•Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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