Liderança reafirma aurgência da regularização de terras
Quilombolas pedem urgência na regularização de terras
Ter atenção às suas reivindicações não tem sido fácil para o movimento quilombola. Este problema é salientado por uma conhecida liderança quilombola da Comunidade de Conceição das Criolas e vereadora (PT) da cidade de Salgueiro (PE), Givânia Maria da Silva. “O que nós aportamos no nosso relatório sobre a sistemática da Conferência é a reafirmação da necessidade de o governo não adiar mais as ações de regularização e titulação das terras de quilombo, porque esta é a principal questão para nós, quilombolas”, contou.
Conforme Givânia, hoje, somente em Pernambuco, estão identificadas mais de 60 comunidades quilombolas; no país, estima-se que existam 1.800 comunidades, mas os(as) quilombolas consideram que existem de 4 a 5 mil comunidades espalhadas por todo o território nacional. No caso de Conceição das Crioulas, é uma comunidade reconhecida, titulada em 2002, mas onde não foi feito o processo de desintrusão dos posseiros, fazendeiros que estão no do território. Por isso, é uma comunidade que tem e vive em conflitos. “Eu e várias outras lideranças temos sofrido ameaças de morte por conta deste choque de interesses”, denunciou.
Givânia considerou que a 1a Conapir trouxe duas lições: primeira, por ser a primeira conferência no Brasil com o tema Estado e sociedade promovendo a igualdade racial. Segunda, porque seu objetivo era colocar dentro da plenária todas as pessoas excluídas da sociedade.
“Minha avaliação, hoje, é que a Conferência é um marco. Mas é evidente de que poderia ter sido mais produtiva. Por outro lado, entendo que a Conferência, com a diversidade que teve, tinha como tendência realmente ter alguns problemas, inclusive a ausência de alguns debates.”
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