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ES – ONG contrata 14 técnicos para pesquisa no norte do estado

ONG contrata 14 técnicos para pesquisa no norte capixada

Ubervalter Coimbra

Cientistas sociais e ambientais, advogados, historiadores e cartógrafos podem se habilitar, até a próxima sexta-feira (24), para realização de pesquisa no norte do Espírito Santo. Serão admitidos 14 profissionais para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Eles serão contratados pela Associação dos Pequenos Agricultores do Estado do Espírito Santo (Apagees).

A Apagees fez convênio com este objetivo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Este projeto tem como objetivo atender a determinação do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o Decreto n. 4887 de 20/11/2003 e a Instrução Normativa n. 16 de 24/03/2004, sobre os territórios quilombolas.

As inscrições são para contratação de profissionais em regime temporário, para elaboração de Relatórios Técnicos. Os contratados deverão ser bacharéis em suas áreas. Serão contratados quatro cientistas sociais. Podem se candidatar graduados em Ciências Sociais, Sociologia ou Antropologia. Também serão contratados quatro cientistas ambientais, com formação em Geografia, Biologia, Engenharia Ambiental, Ecologia ou Agronomia.

Existem ainda duas vagas, em cada área, para historiadores, advogados e para profissionais da área de cartografia. Titulação exigida: técnico em Geoprocessamento ou bacharel em Geografia ou Cartografia. As inscrições serão feitas no Incra – ES, localizado na avenida senador Robert Kennedy, 601, em São Torquato, Vila Velha, das 9h às 12h e das 12h e das 14h às 17h. O telefone de contato é o (27) 3388-9126.

A remuneração será de R$ 7.500,00 (por produto) e as atividades estão previstas para começar em julho próximo. A coordenadora da Apagees é Keila Tófano Soares.

O professor Maurício Sogame, coordenador do Projeto Integrado de Extensão “Territórios Quilombolas no ES”, ao qual se integrarão os técnicos a serem selecionados, lembra que também serão contratados estudantes universitários, pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Os técnicos e estagiários que serão contratados atuarão em quatro novas comunidades que serão pesquisadas pela Ufes.

Três estudos já foram concluídos no Espírito Santo sobre os territórios quilombolas, todos no norte capixaba. A Ufes analisou as áreas de Linharinho e São Jorge. A redação final do documento está sendo feita, e segue depois para a Superintendência do Incra, pois a este órgão cabe demarcar as terras dos descendentes de escravos negros no Espírito Santo.

Um outro estudo foi realizado pela Fundação Palmares. Os consultores contratados avaliaram o território de Angelim. As três áreas fazem parte do antigo Território de Sapê do Norte, formado pelos municípios de Conceição da Barra e São Mateus.

Em comum, os estudos confirmaram serem os territórios quilombolas, e que os poucos descendentes dos escravos negros que conseguiram se manter nas áreas são vítimas da violência da ocupação de suas áreas pela Aracruz Celulose. A empresa tomou as terras ou as comprou a preços vis.

Foi confirmado que nos imensos eucaliptais são lançados agrotóxicos que provocam doenças ou a morte dos quilombolas. Matam também a pouquíssima vegetação nativa que resiste entre os eucaliptais, e os animais. A monocultura do eucalipto também destruiu os recursos hídricos. Os quilombolas ainda perderam suas fontes de renda, e nem mesmo alimentos para subsistência conseguem produzir.

< O Observatório Quilombola reproduz as informações que recebe de suas fontes na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo. >

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