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DF – Consulta Pública Quilombola discute demandas e propostas

Quilombolas reunidos

Agência Brasil/ Yara Aquino – Representantes de comunidades quilombolas de todo o país se reuniram, ontem, 26, na Consulta Pública Quilombola para discutir demandas das comunidades e preparar propostas que vão levar à 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, entre 30 de junho e 2 de julho em Brasília.
Segundo Giovânia Silva, integrante de comunidade quilombola de Pernambuco, são muitas as demandas, mas a principal é a questão da terra. “Nossa maior luta é pela garantia do direito da posse da terra”, afirmou. Giovânia Silva conta que os quilombolas enfrentam diversos conflitos por não terem a posse da terra onde vivem. “Temos conflitos com os fazendeiros, as grandes plantações de eucalipto, e temos conflito com o próprio governo, que agora quer realocar famílias em Alcântara”. No encontro, serão definidos os 48 delegados que irão representar as comunidades quilombolas na conferência nacional.

A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, disse, na abertura do encontro, que embora a situação dos quilombolas não seja nova, foi apenas a partir da Constituição de 1988 que o quilombo passou a integrar uma política de responsabilidade do Estado. Segundo ela, os quilombos só começaram a receber atenção mais tarde. “O trabalho começou muitos anos depois, em 1993. Temos 12 anos de trabalho com a política de quilombos no Brasil. É muito pouco diante da quantidade de anos que temos. Ainda estamos engatinhando, não temos essa política fortalecida”, acrescentou.

A Consulta Pública Quilombola é preparatória à 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, promovida pela Seppir. O objetivo do encontro é elaborar um plano nacional de políticas para o setor, com a participação de segmentos que sofrem discriminação e preconceito.

A conferência nacional reunirá 1.000 delegados. Parte deles já foi definida nas 19 conferências estaduais que ocorreram desde dezembro de 2004. Os outros serão selecionados em mais nove encontros que vão ser realizados até a data da conferência nacional. Além dos quilombolas, os povos indígenas também promoveram consulta pública para discutir suas necessidades.

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