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PA- Comunidades pedem socorro

‘A senhora tem o telefone da Marina?’

ÓBIDOS – A senhora tem o telefone da Marina? Qual Marina? A Silva? O pedido de Manoel José Coelho dos Santos à reportagem do Estado contém urgência e decepção.
Santos é coordenador de meio ambiente da associação que reúne quilombos distribuídos pelos municípios paraenses de Alenquer, Óbidos, Oriximiná e Santarém. Há uma semana ele contata a prefeitura de Óbidos para pedir providências contra madeireiros ilegais que agem em suas terras – algumas vezes pessoalmente, após percorrer de barco os 18 quilômetros que separam sua comunidade, Castanhanduba, da cidade.

Há duas semanas, 15 homens – armados com quatro motosserras, dois caminhões, uma serrafiadeira (usada para cortar a madeira) e pelo menos um rifle – cortam árvores ilegalmente nas terras, declaradas reserva legal. A população quer evitar conflitos.

No 10.º dia, técnicos do Ibama, além de dois policiais militares, haviam prometido que iriam até o local. Problemas com a ação matutina (leia texto ao lado), além do receio da equipe de encontrar pessoas armadas na mata sem uma equipe maior de policiais, atrasaram a ida à comunidade quilombola. Talvez amanhã, disseram a Santos. Talvez depois de amanhã, disseram à reportagem. Talvez a ministra do Meio Ambiente possa ajudar, pondera ele. Enquanto isso, perdemos a madeira, perdemos a floresta, o meio ambiente foi mexido. A madeira cortada sem permissão, diz, deveria ser aproveitada para fazer casas.

Ele se despede da reportagem antes de passar na Secretaria do Meio Ambiente de Óbidos. Santos fará uma última tentativa de levar o Ibama naquele dia para o quilombo. O telefone do ministério onde trabalha Marina Silva vai no bolso.

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