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RJ – Músico perde ação em Sacopã

Por três votos a zero, desembargadores da 5 Câmara do Tribunal de Justiça decidiram anteontem que a família do músico Luiz Sacopã Pinto, que se diz descendente de quilombolas da Fonte da Saudade, não é dona de uma área de 18 mil metros quadrados no bairro. A ação, movida por Sacopã, visa a obter o título de propriedade do terreno por usucapião. Na área localizam-se total ou parcialmente pelo menos três condomínios residenciais, cujos representantes são réus na ação.

O advogado Humberto Adami, representante de Sacopã, disse que vai recorrer. No julgamento em primeira instância, em 2003, Sacopã foi considerado o proprietário. Ano passado, a Fundação Palmares, do Ministério da Cultura, reconheceu que aquele terreno na Rua Sacopã de fato abrigou um quilombo urbano há mais de cem anos. Os réus sustentam que os parentes de Sacopã não são descendentes de quilombolas.
— Nossa família vive neste lugar há pelo menos 105 anos — rebate Luiz Sacopã. — A Fundação Palmares concluiu que de fato somos descendentes do antigo quilombo.

Procurados pelo GLOBO, os representantes dos réus não quiseram falar. A presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade, Ana Simas, disse que se a Justiça entender que se trata mesmo de um antigo quilombo, a entidade pedirá o tombamento do terreno.

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