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DF – Mulheres quilombolas

“Ainda sofremos com a exclusão social”, diz representante dos quilombolas Mulheres quilombolas discutem políticas públicas de combate às desigualdades e promoção de atividades produtivas

“São mais de quinhentos anos e ainda hoje nós sofremos com a exclusão social. E eu fico me perguntando até quando vamos ter que ficar pagando por isso”. Esse é o desabafo de Marilene Rosalina dos Santos, uma artesã moradora da comunidade quilombola de Tapuio que fica no município de Queimada Nova, no estado do Piauí. Marilene e outras 21 mulheres moradoras de quilombos vieram à Brasília discutir políticas públicas de combate às desigualdades e promoção de atividades produtivas.

Elas participaram do seminário Mulheres quilombolas: Gênero e Políticas Públicas para o Etnodesenvolvimento promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que reuniu mulheres representantes de comunidades quilombolas, representantes de ministérios, secretarias governamentais ligadas ao tema e movimentos sociais.

Para Marilene, o encontro é importante para adquirir conhecimento e expor o artesanato que produzem em suas comunidades. “Com esse encontro nós estamos adquirindo mais informação para sermos as multiplicadoras das ações do ministério na nossa comunidade. Com isso, nós estamos sabendo quais as secretarias e os parceiros que podem nos ajudar”.

A artesã da comunidade de Angelin – que fica no norte do estado do Espírito Santo – , Selma dos Santos Deldina também acredita que os encontros ajudam a fortalecer o movimento de mulheres quilombolas. “Estamos discutindo e trocando experiências para estruturar cada vez mais nossa renda e até mesmo as nossas famílias. Na minha comunidade, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) conseguiu até isso. Muitas famílias que antes tinham que se separar porque seus filhos iam morar na cidade puderam continuar juntas porque agora o povo tem condições de continuar trabalhando no campo”.

Para desenvolver estratégias de apoio a essas mulheres, a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e o MDA estão desenvolvendo o programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. Um projeto que pretende investir até março de 2006 mais de R$ 600 mil para contribuir com iniciativas de combate às desigualdades e incorporar as dimensões de gênero e raça nas políticas públicas do Brasil.

Segundo a coordenadora do programa, Andréa Butto, uma das metas do projeto é formar uma rede de mulheres quilombolas para dar assistência técnica para a comercialização de produtos dessas comunidades, facilitando seu acesso a programas sociais do governo federal. “Queremos capacitar e estimular a participação dessas mulheres nos conselhos de desenvolvimento rural sustentável de suas cidades, estados e municípios”, diz.

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