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ES – A luta contra a monocultura também continua

Dentre as tantas lutas que parecem se perpetuar no Brasil, está o combate à monocultura, que é praticada em todas as regiões do país. Por isto, o dia 21 de setembro é marcado pela Luta Nacional de Luta contra a Monocultura, em especial, a do eucalipto, como ressalta a Rede Alerta Contra o Deserto Verde – entidade que reúne cerca de cem ONGs, movimentos sociais, associações, sindicatos e fundações, em quatro Estados brasileiros: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Nesta semana, a Rede realizou e apoiou manifestações nos dias 20 e 21, principalmente no Espírito Santo, com o objetivo de denunciar os impactos socioambientais causados pela monocultura do eucalipto, voltada para a exportação, no território capixaba. “A monocultura sempre traz desequilíbrio ecológico e é o avesso da biodiversidade, que garante o controle natural”, ressalta Daniela Meirelles, técnica da Fase/ES, uma das ONGs integrantes da Rede. Conforme ela, a expansão da monocultura do eucalipto é a pior de todas, pois, além de tudo, não tem fins alimentícios. “E a perspectiva do governo federal, de aumentar mais 2 milhões de hectares de eucalipto, só vem a agravar ainda mais esta situação”, informa.
Daniela esclarece que as monoculturas representam, em primeiro lugar, um modelo de desenvolvimento do agronegócio exportador, que visa sobretudo ao lucro de poucas pessoas, em detrimento da maioria da população. “São grandes empresas que, em geral, exploram e contaminam a terra e a água e substituem a vegetação nativa para produzir uma única cultura, expulsam a população do campo e dificultam a produção de alimentos para o país. Assim, a luta contra as monoculturas é também uma luta em favor da vida e da dignidade humanas”.
Com isso, aconteceram, no dia 20, em Vila do Riacho (Aracruz/ES), uma celebração ecumênica e uma caminhada, com mais de mil pessoas, para denunciar as diversas violações praticadas contra a população local pelas ações da Aracruz Celulose. No dia 21, a Rede apoiou duas manifestações, que reuniram mais de 1,7 mil pessoas em dois municípios do Espírito Santo. Para Daniela, o caráter dessas ações mostra que as populações locais e os movimentos sociais estão indignados e cansados de esperar por ações concretas dos governos federal e estadual. “Essas pessoas querem construir seus próprios projetos de subsistência, baseados na diversidade, no agroecologia, na reforma agrária, na devolução das suas terras ocupadas por eucaliptos – como no caso dos quilombolas e dos indígenas – e em opções de reflorestamento que aproveitem o potencial das centenas de espécies nativas.”

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