Por Cosmiana Bispo
Hoje vamos falar sobre relacionamento abusivo.
Tem muitas mulheres que vivem um relacionamento abusivo e, ainda assim, com tantas ferramentas criadas para defendê-las não tem coragem de abandonar, de separar e viver uma vida melhor e tranquila.
Às vezes o medo não é nem da pessoa que mora com ela e lhe causa tanta dor. Porque eu lhe pergunto: quem é que não quer se livrar do que não presta? Todo mundo, mas infelizmente há esse medo do que pode acontecer depois com os filhos, a falta de condição financeira e tantos outros fatores. E ainda tem o medo da sociedade. Porque, muitas vezes, a sociedade, ao invés de abraçar, condena e isso é muito perigoso.
Assim como também existem aquelas que realmente têm medo do agressor, porque a gente sabe que essas ferramentas não nos protegem de tudo. Sem contar com as críticas, são o que mais acaba com a força de uma mulher que vive nessas condições.
Por isso eu peço: não critiquem, porque mulher nenhuma merece viver isso. Nenhuma mulher vive isso porque quer. Simplesmente ela não se sente forte suficiente para fugir disso tudo. Esse tipo de situação requer muito apoio para que ela se sinta forte e capaz. Tem pessoas que acham que a violência é só física e, enquanto o homem não açoitar a mulher, ela não tem motivo para sofrer. Mas esquece que a violência psicológica mata tanto quanto a física.
A mulher que sofre esse tipo de violência tem o psicológico abalado de tal forma que ela não acredita nem mesmo nela própria. Ela perde a confiança e esperança de dias melhores. Tudo pra ela é negativo e nunca vai dar certo. Então ela prefere ficar ali porque é a única coisa que ela acredita de verdade. Que nasceu para sofrer.
Precisamos ajudar essas mulheres. Para isso é preciso começar a trabalhar o psicológico delas primeiro, pois elas já estão tão machucadas que não se entregam, não enxergam que outras pessoas lhe dão valor. Ela acha que todo mundo vai fazer o mesmo que “fulano de tal” e acaba se entregando mais e mais. A ponto de desistir da sua própria vida. Mulheres que não sentem prazer, vivem doentes, sentem dores, toda forma de dores. E sofrem por fora e sangram por dentro.
E ainda tem gente que, por não conhecer a história, critica e muito, e muito. E a gente sabe que não se julga o livro pela capa, e sim quando lemos o livro é que passamos a conhecer. Nem sempre isso acontece. As pessoas nem sempre abraçam. As pessoas, às vezes, julgam e o julgamento é a pior parte.