Daniela Yabeta
Professora do Departamento de História (UNIR-PVH)
Editora do Observatório Quilombola
No dia 20 de março de 2020, recebi a ligação do Gefferson Rodrigues – professor do Departamento de História da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), me convidando para fazer uma live contando como estava sendo minha experiência de isolamento social aqui em Porto Velho (Rondônia). Essa conversa faria parte de uma série batizada por ele de “Amazônia em Quarentena”, onde semanalmente, um professor das universidades localizadas na Amazônia brasileira – ou pesquisadores sobre a região, seria entrevistado. A ideia do Gefferson era fundamentar a conversa em basicamente três pontos: 1) a nossa nova rotina; 2) as decisões dos prefeitos e governadores; 3) as iniciativas da universidade no combate a pandemia. De cara eu adorei a ideia! Alguns dias antes da ligação do Gefferson – em 18 de março de 2020, eu havia acabado de institucionalizar o NUHPAM – Núcleo de História Pública da Amazônia, um grupo de estudos e pesquisas vinculados ao Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Pensei logo em gravar essas lives sugeridas pelo Gefferson e disponibilizar as mesmas em formato de série, intitulada “Amazônia em Quarentena” através da fanpage do NUHPAM no Facebook. Gefferson topou! O próximo passo era aprender a gravar, o que só foi acontecer na primeira semana de abril. Depois de muitas tentativas fracassadas descobrimos que o hangout era a melhor forma de registrar nossas conversas. Decidimos também, que pessoas fora da Amazônia seriam entrevistadas. O nome da série foi mantido com o objetivo de marcar – entre outras coisas, que se tratava de uma iniciativa que partiu de universidades localizadas no Norte do Brasil. A Amazônia está em quarentena, mas continua mantendo sua conexão com o restante do mundo. Gefferson foi o primeiro a ser entrevistado. Seguindo o roteiro proposto, ele contou sobre sua rotina em Santarém (Pará), falou sobre os decretos governamentais e destacou as iniciativas da UFOPA no combate a pandemia. Era o nosso pontapé inicial. O hangout gravado com o Gefferson foi disponibilizado no YouTube – através da página Amazônia em Quarentena e na fanpage do NUHPAM, conforme eu já havia comentado. Coordenado por mim e pela Cátia Sanfelice – professora do Departamento de Ciência da Educação da UNIR (Campus-Ariquemes), o NUHPAM divide-se em duas linhas de pesquisa: 1) Cultura, Memória e Identidade; 2) Sujeitos, Saberes e Linguagens. Seu objetivo principal, além do desenvolvimento de pesquisas sobre a temática, é tonar-se um espaço de divulgação da história da Amazônia produzida tanto por historiadores quanto por jornalistas, escritores, cineastas, arqueólogos, entidades dos movimentos sociais, sindicatos, grupos culturais e demais segmentos da sociedade civil integrantes da Amazônia Internacional, composta por Brasil; Bolívia; Peru; Equador; Colômbia; Venezuela; Guiana; Guiana Francesa e Suriname. Minha parceria com a Cátia também está presente no NUPEHT Núcleo de Pesquisas e Estudos em História, Trabalho e Educação, vinculado ao Departamento de Ciência da Educação da UNIR, no qual ela é a líder e eu a vice-líder. Por conta dessa dobradinha, Cátia também gravou um hangout com a gente onde contou sua experiência de isolamento social na cidade de Ariquemes (Rondônia). Até o dia 20 de abril foram gravados 13 hangouts. Além do Gefferson e da Cátia, estão disponíveis os seguintes hangouts: 3) Uilian Nogueira (IFRO-Porto Velho); 4) Rosália Sena (Universidade Lusíada de Lisboa-Portugal); 5) Ana Gualberto (Koinonia – Salvador); 6) Dennys Silva-Reis (UFAC); 7) André Castro (MacCann-Nova Iorque); 8) Sebastian Goméz (Universidade de Antióquia-Colombia). Do dia 14 de abril em diante, gravamos hangouts mas não postamos, eles serão disponibilizados a partir dessa semana com a nova identidade visual feita pela Daniela Silva. Os novos hangouts são os seguintes: 9) António Castro Gomes (Instituto Marques de Vale Flor – Guiné Bissau); 10) Lívia Monteiro (UFAL); 11) Hevelly Acrouche (UFJF); 12) Mauro Alcântara (IFRO-Cacoal); 13) Emerson Pessoa (UNIR – Vilhena). Além desses, continuaremos produzindo mais registros sobre as diferentes experiências de isolamento social por todo Brasil. No decorrer de março até agora, outros tantos projetos de História Pública estão registrando as memórias da pandemia da COVID19 pelo mundo. Por conta disso, a International Federation of Public History decidiu mapear essas iniciativas através do COVID-19 Story-Colletcting Initiatives. Até 07 de maio, enquanto escrevo esse texto, já foram registrados 320 projetos, o “Amazônia em Quarentena” está entre eles. Quem ainda não conhece o “Amazônia em Quarentena”, deixei aqui todos links. Passa lá! É para curtir, comentar e compartilhar.