Sarau incentiva debate sobre relações de gênero e cultura do estupro em Salvador
O Coletivo Sarau da Onça realizou, em novembro deste ano, no Centro de Pastoral Afro, no bairro de Sussuarana, sarais com o objetivo de mostrar uma realidade diferente da veiculada pelas grandes mídias. Tradicionalmente, uma agenda de encontros temáticos é realizada no mês como ação pelo Dia da Consciência Negra.
Entre as temáticas colocadas em pauta, os participantes debateram a respeito das relações de gênero e cultura do estupro. Naiara Soaes, assistente de projetos de KOINONIA, facilitou o bate-papo, que contou ainda com uma apresentação de teatro e dança realizada por alunos da escola de dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A atividade foi iniciada com uma provocação sobre o significado da expressão “cultura do estupro”, objetivando que os jovens presentes compartilhassem seus pontos de vista e também situações que vivenciam no cotidiano. Os relatos mostraram que as experiências falavam sobre situações próximas de quem narrava. Foram vários exemplos de situações ocorridas em suas casas, em meio às relações afetivas mais próximas.
Em seguida, uma pesquisa com treze perguntas previamente formuladas foi aplicada durante a atividade. Com as respostas obtidas, a conclusão a que se chegou foi de que há diferenças claras quando o assunto é o preconceito sofrido por meninos e meninas. Para eles, as questões raciais ficam mais em foco, enquanto que para elas existe uma interseccionalidade entre questões raciais e de gênero.
O auge da atividade se deu a partir desta percepção quando o debate fez uma correlação entre temas como relações de gênero, violências e saúde sexual. Ficou claro, neste momento, quão fundamentais são as formações sobre estes pontos discutidos de modo que as ações não fiquem somente no campo das denúncias.