Há cerca de um ano, a vida de 100 travestis e transexuais estava prestes a mudar. Em 29 de janeiro de 2015, o Programa Transcidadania teve seu início. Promovido pela Prefeitura de São Paulo, em parceira com KOINONIA e a Secretária Municipal dos Direitos Humanos, a iniciativa tem desenvolvido ações de promoção dos direitos humanos e cidadania, criando oportunidades de melhoria na qualidade de vida para transexuais e travestis. Mais do que a elevação de escolaridade, o Transcidadania trouxe a esperança e oportunidades renovadas para as/os participantes.
Em clima festivo pelo primeiro ano de realização do programa Transcidadania, em 20 de janeiro ocorreu a primeira formatura das/dos beneficiárias/os, na Praça das Artes, em São Paulo. Dos 100 participantes que iniciaram o programa, 33 concluíram o Ensino Fundamental e 5 concluíram o Ensino Médio. Além disso, a maior parte das/dos participantes receberam o certificado de conclusão da Formação em Direitos Humanos, Cidadania e Democracia e do Curso de Inserção no Mercado de Trabalho, realizado por KOINONIA no decorrer de 2015. Num segundo momento, a formatura ofereceu um baile, com direito a valsa, DJ e coquetel.
O evento contou com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e de representantes das secretarias parceiras do programa. “Em um momento em que ameaçavam propagar o preconceito e a intolerância, nós dissemos que não vamos permitir isso em São Paulo. Com esse programa, anunciamos a todas as pessoas que ninguém ficará para trás”, disse Haddad. “O Transcidadania educa toda a sociedade para a diversidade”, completou.
A assessora de KOINONIA e coordenadora da Formação em Direitos Humanos, Cidadania e Democracia do Programa Transcidadania, Ester Lisboa, se emocionou ao falar sobre a sensibilidade do Transcidadania. “Surgiu por um olhar diferenciado e como os olhos são a janela da alma, esse olhar foi divino, foi sagrado e é cheio de esperança”. Ao se dirigir à mesa gestora, Ester agradeceu as ações junto à população trans e compartilhou o desejo da continuidade de trabalhos humanizados. “Que esse olhar divino e diferenciado possa continuar a contribuir e mudar a vida de muitas pessoas”.
Em seu desenvolvimento, o programa permitiu que cada uma e cada um pudesse escolher seu destino, podendo ser feliz do jeito que são e como querem. “Agora ninguém mais vai decidir por vocês. O programa abre portas para que os travestis de São Paulo digam: ‘eu também posso’”, disse Gabriel Chalita, Secretário Municipal da Educação.
Como grande resultado positivo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad anunciou a ampliação de beneficiários, dobrando de 100 para 200 vagas. “Muita gente criticou o programa, às vezes por ignorância, por não saber como é a vida dessas pessoas. O fato de abrirmos novas vagas é uma resposta a altura para essas críticas”. Além disso, Haddad revelou que o valor da bolsa passará de R$ 827 para R$910.