Segundo as últimas informações, indígenas Guarani Kaiowá estão sendo expulsos do tekoha Guyra Kambi’y – local considerado sagrado -, entre os municípios de Douradina e Itaporã, a 35 km de Dourados, no MS, onde seguem sob constante ameaça de grupos armados comandados por fazendeiros locais.
Em apoio não só ao tekoha Guyra Kambi’y, mas aos Guarani Kaiowá do MS, o grupo com 16 instituições deve realizar um ato ecumênico na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul e uma visita às comunidades Apykai e Guyra Kamby’i. Promovida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) a missão estará no estado hoje (7) e amanhã (8).
De acordo com informações levantadas pelo Conselho Indigenista Missionário, nos últimos 12 anos, somente no Mato Grosso do Sul, quase 600 indígenas cometeram suicídio e outros 390 foram mortos. As mortes são o último passo de um ciclo que até então não foi interrompido, envolvendo o sufocamento das condições de existência de um povo, a ruptura com seus sistemas de referência, tradições e formas de dar sentido a vida, a expulsão dos indígenas dos territórios e, por fim, o assassinato de centenas deles.
O problema é histórico e tem dupla raiz: a expansão do agronegócio e a omissão de autoridades de todos os níveis – as quais já foram recentemente atualizadas sobre a situação, inclusive por representantes de instituições que integram a missão.
O Estado do Mato Grosso do Sul tem 23 milhões de bovinos que ocupam aproximadamente 23 milhões de hectares de terra. Enquanto isso, com os procedimentos de demarcação paralisados, a população de aproximadamente 45 mil indígenas Guarani Kaiowá continuam espremidos em apenas 30 mil hectares de suas terras tradicionais.