KOINONIA presente na marcha de 10 anos da campanha “Reaja ou será morta, reaja ou será morto”, em Salvador

No dia 12 de maio, representantes de movimentos e comunidades que promovem a campanha “Reaja ou será morta, Reaja ou Será Morto” marcharam pelo Centro de Salvador exigindo o fim do genocídio do povo negro. Mesmo que este tenha sido um entre os vários protestos feitos pelos militantes que aderem a campanha, a caminhada teve um sentido especial por marcar os 10 anos da trajetória de lutas pelo fim do genocídio do povo negro.
 
Reaja 10 anosHá cinco anos atrás, na ocasião do quinto aniversário da campanha, o fundador Hamilton Borges explicava um pouco do contexto no qual ela foi criada. “Em 2005, em Salvador abríamos os jornais e víamos cadáveres. Corpos pretos que eram vítimas de grupos de extermínio, da ação da polícia ou pela própria omissão da polícia nas comunidades de não garantir nossa segurança. Pensamos que precisávamos fazer alguma coisa. Nós resolvemos politizar nossa morte. Começamos a denunciar o genocídio. A primeira questão foi o método. Quisemos sair da ideia de ficar debatendo no Centro ações afirmativas e promoção da igualdade e resolvemos ir para as comunidades para articular um salto em relação a isso”, disse Borges num vídeo publicado na Internet.
 
O advogado Tárcito Fernando, que representou KOINONIA na marcha, falou do papel da campanha no contexto de uma metrópole marcada pela violência contra o povo e, sobretudo, a juventude negra. “Na atual conjuntura dos movimentos sociais brasileiros é cada vez mais verdadeiro o ditado ‘a palavra convence, o exemplo arrasta’. Em meio a organizações estruturadas no discurso motivacional, nas ações impessoais e nos cargos de governo, a campanha Reaja é um dos poucos exemplos a serem seguidos”, avalia.
 
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço parabeniza familiares, jovens e militantes que compõem a linha de frente da Campanha Reaja pelos 10 anos de luta ininterrupta contra a brutalidade e omissão do estado, por sua atuação na causa anti-prisional e por exigir reparação aos familiares de vítimas do Estado e dos esquadrões da morte.
 
Salve Reaja! “Frente ao genocídio do Povo Negro, nenhum passo atrás”!
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