“Mulher, dona da própria vida” é tema de roda de conversa em Juazeiro, Ceará

A Pastoral da AIDS e a campanha Amor Lança Fora Todo Medo – um projeto realizado por religiosas e religiosos com o objetivo de enfrentar todas as formas de intolerância -promoveram, no dia 9 de março, uma roda de conversa no auditório do SESC Juazeiro do Norte, no Ceará. Além de discutir sobre o tema “Mulher, dona da própria vida”, os participantes foram apresentados a Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência, uma iniciativa de KOINONIA. Para contribuir com a conversa, Ronildo Oliveira (Pastoral da AIDS), Francisca Gregório (Conselho Cearense da Mulher) e Mãe Célia Freitas (Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência) fizeram o papel de facilitadores.
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O evento contou com a presença de 68 pessoas. Um público com grande diversidade religiosa, dentre elas candomblecistas, evangélicas (os) e católicas (os). Participaram também pessoas de diferentes orientações sexuais, que contribuíram com o debate do dia.
 
A conversa fluiu com muita naturalidade. Apesar de polêmico, o tema foi de grande aceitação, principalmente pelo fato de a discussão ir além do fundamentalismo religioso e o diálogo ser ecumênico. A importância da abordagem do tema e do contexto da Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência se sobrepôs às divergências.
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Durante o evento, os participantes compartilharam suas experiências e opiniões referentes ao olhar da sociedade sobre o tema do encontro. Mãe Célia afirma que a mulher já é vista com preconceito naturalmente, mas a situação é ainda mais grave com mulheres “negras, pobres e de candomblé”.
 
Giuliane Kolpe, ativista do movimento LGBT, considera que “no Brasil, ser preto e ser branco é viver todo dia com preconceitos”. Ela, que se apresentou como “branca, estrangeira e lésbica”, diz sofrer ainda mais preconceito devido a dois fatores: sua nacionalidade e sua orientação sexual.
 
Por fim, destacou-se a importância do fortalecimento de instituições, como aAssociação Beneficente Madre Maria Villa e Movimento de Mulheres Soros Positivas, pelas causas sociais e pela diversidade e fortificação da Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência na região.
 
Esta foi a primeira roda de conversa promovida pela Rede Religiosa e abre caminhos para futuros encontros. O desafio deste trabalho se encontra em articular e sensibilizar lideranças religiosas para participar de rodas de conversas sobre a violência de gênero.
 
O próximo evento na região será a Marcha das Mulheres, em 30 de março de 2015.
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