KOINONIA (re)unida

Helena Costa

A Assembléia de KOINONIA 2007 teve início na noite de sexta-feira, dia 5 de outubro, com a recepção e acolhida dos associados, especialmente aqueles vindos de fora do Rio de Janeiro. Este primeiro momento de celebração e reencontro animou a todos para a seqüência de trabalho e reflexão.

  

No sábado pela manhã, o devocional de abertura foi conduzido por Zwinglio Dias, com a utilização de canções de música popular brasileira e sob o tema “Calando nossas vozes para sentir e ouvir o silêncio de Deus”. Em seguida, a Assembléia dedicou-se ao estudo bíblico conduzido por José Adriano Filho. O texto escolhido foi do Evangelho de Lucas (Lc 13, 11-17), a partir do qual Adriano estabeleceu a associação entre a mulher encurvada e a atitude farisaica de todos aqueles que assumem uma postura favorável ao sistema gerador de desigualdades, preconceitos e exclusões – como aquelas atitudes de negação do direito quilombola, por exemplo.

 

Parcerias e desafios

No momento seguinte, foi destacado o Quadro das Relações Institucionais, que retrata os parceiros de KOINONIA, as redes que instituição fomenta e participa. As ações de KOINONIA contam com parcerias locais, regionais e nacionais de setores da academia, movimentos sociais, igrejas, organizações ecumênicas de serviço e organizações não governamentais que permitiram alcançar em 2006, indiretamente, a um milhão de pessoas.

 

Em seguida, o secretário executivo, Rafael Soares de Oliveira conduziu a apresentação de fotos e breves textos que descreveram as principais atividades dos cinco programas da Casa – Ecumenismo, Diálogo e Formação, Egbé Territórios Negros, Saúde e Direitos, Redes Ecumênicas e da Sociedade Civil e Trabalhadores Rurais e Direitos. O arquivo apresentado buscou alimentar a reflexão coletiva sobre os enfrentamentos e desafios dos campos políticos de atuação de KOINONIA, e sobre como estes desafios podem ser respondidos pelo Movimento Ecumênico.

Foram formados então três diferentes grupos, que após debaterem, apresentaram conclusões, inquietações e novas dúvidas à Plenária. O objetivo era aprofundar os desafios, mais que apresentar propostas.

Trajetória revisitada, novos passos e rumos futuros

Da conversa entre os grupos surgiram novas questões e alguns consensos. Novas perguntas porque não era possível, e nem mesmo era o propósito, resolver questões, mas sim pensar junto, revirar problemas para apreendê-los sob novas perspectivas. As reflexões buscaram auxiliar interpretar os acertos da ação de KOINONIA e a necessidade de novas inserções futuras.

 

Permaneceram inquietações, por exemplo, sobre estratégias mais eficazes para o trabalho com grupos cuja experiência organizativa ainda é recente, como quilombolas e jovens rurais. Há, às vezes, recursos públicos que não são acessados por esses públicos por dificuldades dessa ordem. Considerou-se que as igrejas podem ser ajudar neste aspecto, alcançando vários desses grupos, e muitas vezes trata-se apenas de fornecer espaço e oportunidade, já que o desejo e a demanda estão presentes.

 

A plenária destacou também a atenção para a defesa da liberdade religiosa como direito fundamental, cada vez mais ameaçado, de variadas maneiras. Discutiu-se também sobre o conceito de desenvolvimento com o qual as entidades ecumênicas estão trabalhando; a construção de referenciais e as articulações políticas que nos permitam participar, como ecumênicos, na elaboração e participação de um novo modelo de desenvolvimento, que traga à pauta novamente a transformação social.

 

Alguns consensos foram percebidos e afirmados. Todos concordam, por exemplo, sobre a importância do apoio mútuo entre entidades para a sustentabilidade do Movimento Ecumênico, a colaboração substituindo qualquer vestígio de competição. Nessa mesma linha se insere a recomendação geral para o fortalecimento e a ampliação das alianças de solidariedade e trabalho já existentes entre as organizações ecumênicas, igrejas e entidades. Respeitando o ritmo de cada um no desenvolvimento de ações políticas, é preciso não perder de vista que o reforço do campo ecumênico significa o reforço na luta pelos direitos humanos, econômicos, sociais e culturais e ambientais.  

 

Despedida

O último dia da Assembléia de KOINONIA foi reservado para as deliberações jurídicas. São procedimentos burocráticos que envolvem apresentação de relatórios financeiros, auditorias, e também a mudanças no quadro de sócios. Foram apresentadas e acolhidas como associadas duas novas integrantes: Taís Neves, psicóloga, católica, multiplicadora do programa Saúde e Direitos; e Marilia Schüller, teóloga, metodista, ex-integrante do Conselho Mundial de Igrejas, que integrará o quadro de KOINONIA. A celebração de encerramento, também conduzida por Zwinglio Dias, saudou mais esta assembléia de encontro, partilha e também renovação de compromissos e sonhos.

Veja aqui o power point com os destaques das ações de KOINONIA de 2006 a setembro de 2007

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