Convidamos você a navegar por diversas comunidades quilombolas do Rio de Janeiro e algumas de outros estados do Brasil acessando suas informações. É possível conhecer a origem do nome da comunidade, um pouco das histórias, a localização, o número de famílias, a situação fundiária e as condições socioeconômicas. Tudo isso com fotos, vídeos, acervo e depoimentos dos quilombolas. Os dados foram reunidos a partir de múltiplas fontes, entre elas as pesquisas de KOINONIA, organização que trabalha pela garantia dos direitos quilombolas desde 1999.
Continuar lendo...Um dos exemplos de comunidades que podem ser encontradas aqui é a Ilha da Marambaia (Mangaratiba, RJ). De acordo com os pesquisadores, os quilombolas da região contam que, com o fim da escravidão, o antigo proprietário da Ilha e dos escravos, Joaquim José de Souza Breves (1804-1889), doou as terras ocupadas para as famílias que ali habitavam. Assim, os libertos continuaram vivendo por lá, apesar da doação nunca ter sido concretizada legalmente. Em 1905, a Marambaia tornou-se propriedade da União Federal e desde 1971 encontra-se sobre o controle da Marinha do Brasil. Na década de 1990, a União Federal ajuizou uma série de ações de reintegração de posse acusando os antigos moradores da Marambaia de “invasores”, desconsiderando que essas famílias viviam na ilha há várias gerações. Para permanecerem no território, a comunidade fundou, em 2004, a Associação dos Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia (Arquimar). A Arquimar é um dos exemplos de resistência, lutando desde sua fundação para ter o território titulado como garante o Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988.
Buscamos com a construção deste Atlas desenhar um retrato virtual da realidade quilombola no Brasil. Caso você seja pesquisador, estudante, quilombola ou interessado e queira colaborar, é só escrever para gente: oq@koinonia.org.br. O Atlas Observatório Quilombola e o OQ estão em processo contínuo de aperfeiçoamento e nós acreditamos no poder da informação para a luta de direitos.
A construção do Atlas Observatório Quilombola só foi possível porque ele é um dos resultados do projeto “Apoio ao fortalecimento político e protagonismo das Comunidades Quilombolas do Rio de Janeiro,” promovido por KOINONIA, com a parceria da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) e o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Participam do projeto comunidades quilombolas de todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. Por isso, o visitante notará que devido à logística do projeto, o Atlas contará com mais informações sobre as comunidades fluminenses.