Comunidades quilombolas de Camamu denunciam extrema precariedade das escolas

Assim como acontece em diversas regiões do país, a educação no município de Camamu, localizado no Baixo Sul da Bahia, vive uma situação de emergência.

A comunidade quilombola do Barroso denuncia o abandono das instalações da Escola Reunidas Barroso. Faltam carteiras escolares, água e as madeiras do telhado estão apodrecendo. Há relatos ainda de que os alunos do Fundamental 2, que estudam na cidade, foram remanejados de uma escola (Colégio Paulo Magalhães) para outra com apenas três salas e superlotada, sem condições de receber os estudantes. O remanejamento foi feito sem comunicar aos alunos, nem pais e responsáveis, de maneira desrespeitosa, segundo as denúncias.

A Escola Santa Augusta, situada na comunidade quilombola Pimenteira, precisa de pintura, reforma no telhado e de água. Além disso, os alunos do Fundamental 2, que estudam na cidade mas moram na comunidade, precisam de transporte para o deslocamento.

Localizada no assentamento Dandara dos Palmares, a Escola Dandara não tem condições de receber os 67 alunos matriculados do Infantil ao Fundamental 1. Faltam carteiras e as instalações precisam de reforma.

Escola Dandara

A Escola Nossa Senhora da Conceição, na comunidade do Lameiro, está na mesma situação, sem condições de receber as 21 crianças matriculadas do Infantil ao Fundamental 1. Os alunos do Fundamental 2 e Ensino Médio que vivem na comunidade, mas estudam na cidade, não conseguem chegar à escola por conta da falta de transporte.

As escolas Carlos Gomes e Da Mônica, contam os próprios professores, funcionam em um espaço sem condições físicas e estruturais. Não há área de lazer e o local possui canos por onde passa o esgoto à mostra, paredes com cupins e banheiros com instalações sanitárias quebradas e exalando um odor extremamente desagradável. As salas de aula são improvisadas e divididas por três turmas. Tais instalações oferecem riscos à saúde dos alunos e dos funcionários.

Liderados pelo Movimento pela Educação de Camamu, a população de Camamu diretamente atingida pelos problemas relatados e os professores lembram que a educação é um direito garantido pela Constituição de 1988, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, e pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996.

KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço manifesta apoio à população, grande parte parceira em ações dentro dos territórios quilombolas de Camamu, e reforça que é dever do poder público garantir o pleno exercício do direito à educação para todos, crianças, jovens e adultos.