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Coronavírus: acompanhe hashtag #HistóriaCiênciaSaúde na fanpage do Departamento de História da UNIR

Daniela Yabeta

Professora do Departamento de História (UNIR-PVH)

Editora do Observatório Quilombola

 

Para a coluna dessa semana, fica muito difícil abordar qualquer outro tema que não esteja relacionado a pandemia do coronavírus e a sensação de insegurança que nos assola. Aqui em Porto Velho, a cronologia do medo é basicamente essa:

Em 16 de março o Departamento de História decidiu suspender por 15 dias as atividades presenciais. Logo em seguida, no mesmo dia, o reitor da Universidade Federal de Rondônia – Ari Ott, após reunião com o Grupo de Trabalho sobre o Coronavírus, suspendeu as “aula presenciais pelo prazo de 20 dias, contando a partir de 23 de março e indo até 12 de abril de 2020”. No dia seguinte, em 17 de março, um novo comunicado antecipou a data para 18 de março.

Em 20 de março, a Assembleia Legislativa de Rondônia, através de sessão extraordinária, declarou “Estado de Calamidade Pública em todo o território do estado de Rondônia para fins de prevenção e enfrentamento à pandemia causada pelo novo Coronavírus”, através do Decreto 24.887 assinado pelo governador Marcos José Rocha dos Santos (PSL). Na mesma data, o primeiro caso da doença no estado foi confirmado pelo Ministério da Saúde.

Três dias depois, em 23 de março, foi a vez do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), assinar o Decreto 16.612 declarando Calamidade Pública também no município.

No dia seguinte, em 24 de março, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional no qual criticou “o fechamento das escolas do comércio e comparou a contaminação por coronavírus a uma gripezinha ou resfriadinho. Ao minimizar a pandemia, Bolsonaro se colocou de forma contrária as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e aos protocolos que estão sendo adotados para conter a propagação do vírus.

Por conta do posicionamento do presidente, governadores de 26 estados do Brasil – ficou de fora apenas Ibaneis Rocha do Distrito Federal (MDB), assinaram uma carta de reivindicações ao Governo Federal destacando que: “O Brasil atravessa um momento de gravidade, em que os governadores foram convocados por suas populações a agir para conter o ritmo da expansão da Covid-19 em seus territórios. O novo coronavírus é um adversário a ser vencido com bom senso, empatia, equilíbrio e união. Convidamos o presidente da República a liderar este processo e agir em parceria conosco e com os demais poderes”. No documento, os governadores se comprometeram “a continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência, seguindo orientações de profissionais de saúde e, sobretudo, os protocolos orientados pela OMS”.

Seguindo a linha do presidente, o governador Marcos Rocha assinou o Decreto 24.891, que altera e acrescenta dispositivos ao Decreto 24.887 onde foi declarado Estado de Calamidade Pública no território de Rondônia. A nova determinação permite que voltem a funcionar: açougues, panificadoras, supermercados, atacadistas, distribuidoras, lotéricas, caixas eletrônicos, serviços funerários, clínicas de atendimento na área da saúde, laboratórios de análises clínicas, farmácias, consultórios veterinários, comércio de produtos agropecuários, pet shops, postos de combustíveis, indústrias, obras e serviços de engenharia, oficinas mecânicas, autopeças, serviços de manutenção, hotéis e hospedarias, escritórios de contabilidade, materiais de construções e restaurantes à margem das rodovias. De acordo com o governador: “Segmentos do setor produtivo não podem parar”.

Enquanto isso, a Covid-19 (Coronavírus Disease 2019) segue avançando no Brasil. Até agora (26 de março – 17h), de acordo com dados do Ministério da Saúde, temos 77 vítimas, 2.915 infectados e 194 pessoas em unidades de terapia intensiva (UTIs). Aqui em Rondônia, de acordo com informações disponibilizadas na fanpage do Governo do Estado (26 de março – 21h), temos 6 casos confirmados e 717 casos notificados.

Sobre a Universidade Federal de Rondônia, em 20 de março, Ari Ott – na qualidade de presidente do Conselho Superior Acadêmico (CONSEA), suspendeu o calendário acadêmico letivo do ano de 2020 até o encerramento das medidas sanitárias relacionadas ao coronavírus.

Longe da sala de aula e pensando na importância de entender a pandemia do Covid-19 na perspectiva histórica, lancei a hashtag #HistóriaCiênciaSaúde na fanpage do Departamento de História da UNIR, página que administro desde fevereiro de 2020 e que já atingiu a marca de 2,5 mil seguidores em menos de dois meses de trabalho. Não produzo conteúdo sobre a temática, o que eu faço é divulgar entrevistas, livros, artigos científicos, notícias de jornal, entre outros. Se você ainda não passou por lá, a hora é essa!

Para quem é ligado nas redes sociais, destaco uma outra fanpage essencial para o momento que estamos vivendo, a História em Quarentena. De acordo com informações contidas na página, trata-se de “um projeto nascido em razão da necessidade de confinamento e de afastamento social que a atual crise do coronavírus tem forçado no mundo em geral e no Brasil em particular. Com a ideia de aproximar as pessoas em torno de interesses comuns, queremos aproveitar as possibilidades oferecidas pelas ferramentas digitais para reforçar o sentido de coletividade”. Para quem ficou interessado, eles informam também que: “de segunda à quarta-feira, às 19h30 (GMT-3), por meio do Facebook Live, uma pesquisadora ou um pesquisador falará sobre alguma questão histórica, inserida em uma temática geral que mudará a cada semana. Haverá uma breve exposição oral de 20 minutos, seguida por um debate baseado nas perguntas enviadas pela audiência através do chat. Às quintas-feiras, sempre às 19h30, postaremos uma conversa entre diferentes especialistas no tema previsto para a semana. Como essa atividade será gravada, pediremos com antecedência que os internautas enviem suas questões para que repassemos aos pesquisadores”. A coordenação da página é feita por Paulo César Gomes (UFF), Carlos Benítez Trinidad (USC/CHAM-UNL) e Lucas Pedretti (IESP/UERJ).

Os dias não têm sido nada fáceis, todos nós sabemos. Eu tenho procurado manter a mente sã e o corpo são, mas nem sempre é possível. Enquanto estou escrevendo esse texto, me deparo com a seguinte notícia: “Brasileiro pula em esgoto e não acontece nada, diz Bolsonaro em alusão a infecção pelo coronavírus”. Para o presidente, o brasileiro precisa ser estudado porque “ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele”.

Pois é, como ler essa matéria e não lembrar que Porto Velho ocupa a 98ª posição em um ranking que avalia a qualidade do saneamento básico nas 100 maiores cidades do país? Os dados são do Instituto Trata Brasil e foram disponibilizados no início de março, um pouco antes de entrarmos na cronologia do medo relatada anteriormente.

Basta uma rápida passada no site do Ministério da Saúde em busca de orientações sobre como prevenir o contágio pelo coronavírus para dar de cara com a seguinte recomendação: “lave as mãos com água e sabão ou use álcool gel”. E quando não temos acesso a nenhum desses três itens? Como é que faz? Ah, desculpe! O importante é salvar a economia, viver no esgoto não é problema, na altura do campeonato, virou vantagem.

Para encerrar, vou na onda do slogan da campanha de prevenção ao coronavirus feita pelo governo do estado de Rondônia: Fique em casa! O bom senso de um garante a saúde de todos.

Daniela Yabeta
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