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Artigo diz que reconhecimento de áreas indígenas e quilombolas é apartheid

Brasilistão: Os bantustões dos índios, quilombolas e MST

Félix Maier

A África do Sul, durante os governos de Hendrik Vermwoerd (1958-66) e de B. J. Voster (1966-78), criou dez nações tribais independentes, instaladas em área correspondente a 13% do país, onde os negros foram confinados como bichos. Esses enclaves, chamados de “bantustões”, tinham por finalidade separar os negros dos brancos – a faceta mais hedionda do Apartheid. Assim, muito justamente, a maioria dos países passou a hostilizar o governo racista da África do Sul, com boicotes de toda ordem, tornando aquela nação um pária no meio da comunidade internacional.

Contudo, hoje se observa que o antigo Apartheid, rechaçado anteriormente por muitos, extinto de fato durante o governo de Nélson Mandela, está se implantando no Brasil com grande êxito e sob os aplausos dos mesmos que anteriormente se posicionavam contra aquele tipo de discriminação. Trata-se das demarcações das terras indígenas no Brasil.

Um enclave enorme foi criado em nosso país com a demarcação da Área Indígena Yanomami, iniciada pelo então presidente Fernando Collor, sob pressão dos países ricos e inúmeras ONG que proliferam pelo mundo como geração espontânea. Além de colocar em risco nossa integridade territorial, criou-se uma “nação indígena” do tamanho de Portugal para enclausurar uma farsa, já que os Yanomamis foram uma esperta criação das ONG, como denunciou um coronel do Exército Brasileiro (1) que serviu naquela região. Um mapa elaborado pelo IBGE (2) mostra a Amazônia vestida com pele de onça, com manchas espalhadas em todo o seu território, enclaves que tentam confinar os índios em seu estado primitivo, enfim, que tentam fossilizá-los em bantustões, nos mesmos terríveis bantustões da África do Sul anteriormente condenados por toda a comunidade internacional.

Com respeito à África do Sul, a comunidade internacional sempre defendeu o acesso dos negros aos mesmos direitos que os brancos tinham no país. Muitos negros, apesar do Apartheid, conseguiram se tornar figuras proeminentes na política local, a exemplo de Mandela, que depois de amargar vinte e oito anos na prisão tornou-se presidente do país. Quem seria Mandela se ele tivesse sido confinado em algum bantustão? Apesar de ser um príncipe da etnia Xhosa, com certeza ainda hoje estaria trocando flechadas e zarabatanadas com seu rival Buthelese, da etnia Zulu, não teria se formado em Direito, nem governado o país. Por que, então, nós aqui no Brasil queremos excluir nossos índios de se tornarem figuras de destaque, quem sabe futuros senadores, governadores e até presidentes do Brasil?

São vários os motivos alegados para deixar que os índios continuem a viver como bichos. Sociólogos evocam a figura do “bom selvagem”, aquele ser puro e implicitamente bondoso que vive no paraíso das florestas, incapaz de cometer qualquer ato vil, como praticar o canibalismo, sacrificar crianças ao sol para que ele não deixe de nascer de novo no dia seguinte ou enterrar vivas as crianças indesejadas – como os Yanomamis fazem até hoje, com aplauso dos antropólogos da FUNAI (3). Assim, o indígena deveria ficar isolado na floresta, para não ser “contaminado” pelas nefastas idéias do homem branco. Embora os próprios organismos indigenistas não saibam o que é melhor para os índios, já que não perguntam isso aos índios, eles tiveram um bom motivo para levantar a questão indígena nas comemorações dos 500 anos do Brasil: creditar à Igreja Católica todos os males que se abateram sobre os indígenas. No entanto, convém fazer um lembrete aos Pataxós rancorosos em Coroa Vermelha por ocasião da missa do dia 26 de abril de 2000: pesquisas recentes comprovam que antes da chegada das civilizações indígenas conhecidas na ocasião da descoberta da América, havia civilizações indígenas anteriores, que foram totalmente dizimadas pelos ancestrais dos atuais indígenas. Portanto, não adianta pregar sermão contra os romanos sendo o Átila que os esmagou.

Sem constrangimento algum, os sociólogos e antropólogos da dialética marxista inventam números. Dizem que no Brasil havia em torno de 5 milhões de índios em 1500. Um número muito redondo e, portanto, bastante questionável, já que Cabral não trouxe seu IBGE para fazer o recenceamento. E como hoje estima-se que existam em torno de 350.000 índios nas reservas indígenas, a aritmética que tentam nos empurrar goela abaixo é que o restante foi sumariamente exterminado. Ora, Fafá de Belém, Luíza Brunet, Gilberto Mestrinho e milhões de brasileiros de origem mais do que indígena nos provam que o que houve de fato foi uma extraordinária miscigenação nestes trópicos, ainda que muitos índios tivessem perdido a vida no período da conquista portuguesa. E mesmo os atuais 350.000 índios são um número muito abaixo da realidade, já que não é computado o número de indígenas vivendo nas cidades e em muitas áreas rurais fora dos bantustões brasileiros. Pesquisa da UFMG (4) comprova que 45 milhões de brasileiros possuem sangue indígena, desmentindo categoricamente que houve um massacre sistemático de nossos índios. Houve massacres, sem dúvida, mas não na extensão em que é apresentada. Finalmente, convém lembrar que Rondon, descendente de índios Terenas, não teria seguido sua brilhante carreira militar, culminando na promoção a marechal, caso estivesse confinado em algum bantustão.

Além da questão indígena acima abordada, há outros grupos fazendo de tudo para criar em nosso país outros bantustões, além dos bantustões indígenas: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Nesses acampamentos, os colonos vivem nos moldes das antigas fazendas coletivas soviéticas, os kolkhoses, local em que ninguém pode progredir economicamente. Se alguém consegue construir uma casa boa e ter um carro novo na garagem, é imediatamente expulso do bantustão, sob a acusação de “burguês”. Há um sistema de ensino criminoso sendo ministrado nesses acampamentos, onde apenas os “militantes”, formados em células socialistas do próprio movimento, são capacitados a ministrar aulas. O jornal O Estado de S. Paulo denunciou essa “pedagogia do gueto” (5), em que as crianças, como os antigos balilas do fascismo italiano, são amestradas na doutrinação comunista.

Para o MST, 7 de setembro não é Dia da Pátria, mas “dia dos excluídos”. Os heróis nacionais não são Tiradentes, Caxias, Tamandaré, Santos Dumont, porém Antônio Conselheiro, Lampião, Lamarca, Luís Carlos Prestes, Marighela. As escolas têm nomes sugestivos como Che Guevara, Mao Tse Tung e outros assassinos compulsivos. Desde a mais tenra idade, as crianças são ensinadas a ter ódio de quem tem uma propriedade e a não respeitar as leis vigentes no país, já que “a lei é feita para atender aos interesses da minoria e não do povo”, como prega a cartilha guerrilheira do MST, “A Vez dos Valores”.

Com o acovardamento dos governadores, receosos da ocorrência de outros “eldorados dos carajás”, e com a inoperância da justiça, que não garante o respeito à propriedade e não prende os criminosos que matam e destroem benfeitorias, o MST está se tornando um estado dentro do Estado brasileiro, em total desrespeito à Constituição. Ou seja, com a ajuda financeira de muitas entidades nacionais e internacionais, incluindo a CNBB, o CIMI e o próprio governo Lula, que financia o movimento via INCRA, o MST está criando centenas de bantustões no território brasileiro, com a aceitação passiva de toda a sociedade. Injetando o moderno silicone gramscista nos mofados esqueletos de líderes comunistas, untando-os com o velho formol da dialética marxista, o MST tenta ressuscitar figuras como Mao Tse Tung, Lênin, Che Guevara, Prestes, Lamarca, Marighela e outros, para reeditar, em futuro próximo, as ações terroristas das VPR e ALN de outrora.

Não bastasse a existência dos “bantustões” indígenas e do messetê, o Brasil assiste, no momento, a criação de inúmeros guetos negros, os “quilombolas”, desqualificando-os a se integrar à sociedade brasileira ou impedir que a sociedade brasileira, branca e mestiça em sua maioria, se integre a eles.

Seguindo provavelmente o conselho racista da ministra Matilde, aquela que foi escalada por Lula para promover a “igualdade racial”, porém declarou em entrevista à BBC que não é racismo o negro se insurgir contra branco, dizendo que “quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou”, nos últimos tempos tem aumentado consideravelmente o número de invasões quilombolas, bem ao estilo terrorista-guerrilheiro do MST. No Espírito Santo, quilombolas invadiram uma propriedade da Aracruz Celulose, com apoio do INCRA, que decretou que uma parte das terras da empresa – 17 mil hectares de um total de 61 mil hectares -, é uma herança quilombola.

Em discurso pronunciado na Sessão Deliberativa Ordinária 113 do Congresso Nacional, o senador Gerson Camata, que é da base aliada do governo, adverte (Cfr. www.paznocampo.org.br):

“A UnB – Universidade de Brasília (6), tida como a vanguarda do atraso intelectual no Brasil, foi contratada pelo Governo Federal para fazer o mapa dos quilombolas. E fez um milagre. Num instante, olhem o que ela fez com o Brasil! Em todos os lugares, como diz o Marcos Sá Corrêa (*), há quilombolas. O Espírito Santo não tem mais Estado. O Governador Paulo Hartung vai governar nada, é tudo quilombo. Da mesma forma, Pernambuco. Há um Estado aqui em cima, a fronteira com o Pará, que é um quilombo inteiro”.

Antropólogos da Universidade de Brasília (UnB) já fizeram um mapa e levantaram 2.228 quilombos, todos localizados em regiões estratégicas.

“E o que eles estão fazendo em cima desse mapa?” – continua o senador capixaba.

“Aparecem uns caras barbudos, usando piercings no nariz, no umbigo, parecem uns hippies antigos – sei lá o que são agora -, perguntando ao cidadão afro-descendente: ‘O senhor mora aqui?’ ‘Moro.’ ‘Há quanto tempo?’ Diz o artigo da Constituição que o quilombola que residisse no dia da promulgação da Constituição teria direito à escritura. Ele pergunta ainda: ‘O senhor mora aqui?’ ‘Moro.’ ‘Quem morava aqui?’ ‘Desde o tempo do meu avô.’ ‘Bom, o seu avô por acaso pescava por aqui?’ ‘Pescava.’ ‘Pescava até onde?’ ‘Ah, ele ia lá na cabeceira do rio.’ ‘Tudo é seu. Onde ele ocupou é seu.’ ‘O seu bisavô caçava?’ ‘Caçava.’ ‘Onde que ele caçava?’ ‘Ele ia lá naquela montanha.’ ‘Tudo é seu!’ Escrituras centenárias estão sendo destruídas porque estão se baseando num direito que não existe”.

Prossegue o senador: “Estão fazendo mais, perguntando: ‘Você tem parentes em Vitória, no Rio de Janeiro, em Colatina? Chamem-nos para cá que vamos preparar uma grande invasão. Vamos colocar esses brancos azedos para fora e vamos ocupar os territórios nossos’. “Tem gente se armando, tem gente se preparando para uma guerra. Não é isso que o governo quer, eu tenho certeza. Mas temos de abrir o olho para esse processo. Aqui de Brasília, sem que ninguém tenha ido lá, fazem um mapa desses e cai na mão de gente inadvertida, que quer pregar ódio racial”.

“Eles acham que o Brasil vai ter uma revolução comunista, tipo Cuba. Eles estão até bem-intencionados, acham que vai acontecer isso e imaginam que podem começar com uma guerra racial. Aí se faz uma revolução. Isso vai provocar morte, isso vai provocar problemas”.(*) Em artigo n’O Estado de S. Paulo.

O senador Camata está apreensivo com o futuro de seu Estado que está sendo balcanizado, transformado em uma colcha de retalhos quilombola. Inviável também se tornou Roraima, pelo menos no agronegócio, depois que foi criado outro latifúndio indígena (além do Yanomami): a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Com 1,8 milhão de hectares, o latifúndio abriga cerca de 15 mil índios das etnias Macuxi, Taurepang, Wapixana e Ingarikó. Ora, esses índios não precisam de tanta terra para sobreviver. Bastaria que lhes fosse ensinado o plantio de mandioca e milho, e a criação de galinhas, para que os homens brancos que plantam arroz no Estado não fossem expulsos desse bantustão indígena.

A atual farra quilombola com dinheiro público começou desde que o presidente Lula, em 2003, assinou o Decreto 4.887, que regulamentou o artigo das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988, que trata do assunto. Essa lei obriga o Estado a reconhecer e titular as terras dos quilombolas. Na época, o assunto foi baseado num estudo do sociólogo e historiador Clóvis Moura, que se referia a 55 comunidades remanescentes de descendentes de escravos, os quilombolas. Hoje, existem 3.524 comunidades que se identificam como quilombolas, equivalente a 25 milhões de hectares, ou seja, um Estado de São Paulo inteiro. Mas isso é só o começo: pelos cálculos do movimento negro, o número dessas comunidades deve passar de 5.500!

Interessante é observar que o presidente FHC já havia doado um São Paulo inteiro ao MST, ao custo de cerca de R$ 25 bilhões. Embora tenham tanta terra, cerca de 91% dos acampados do messetê não consegue ter seu sustento próprio, sendo auxiliados pelo Bolsa-Família e outros incentivos heterodoxos, via INCRA, como noticiou recentemente a revista Veja. Agora, cogita-se dar um outro Estado de São Paulo aos quilombolas. Até onde pretende chegar a elite da malandragem nacional, composta por sociólogos e antropólogos que criam essa enorme quantidade de guetos indígenas e quilombolas, com o mais amplo apoio do governo federal, confinando-os em bantustões miseráveis e excluindo-os do desenvolvimento da sociedade brasileira tradicional? Estarão em busca de mais uma Utopia, o Brasilistão, o Brasil dos bantustões?

Já está mais do que na hora de voltarmos a ter um pouco mais de racionalidade nesse assunto de inclusão e exclusão social. Incluir na vida brasileira todos os povos e todas as raças aqui existentes é acima de tudo uma mensagem cristã de amor ao próximo. A única exclusão que deveria ser pregada é aquela relacionada à estupidez de todos os radicais do momento, que apenas promovem o esbulho no campo e a insegurança nas cidades.

Atenção sociólogos e antropólogos da UnB: também quero ser quilombola! Em dezembro, eu vou viajar ao Rio de Janeiro, tomar um banho de sol e, depois de ficar com a pele bem tostada, vou requer meu pedaço de terra junto ao movimento negro. Branquelo azedo e pindirriga nunca mais…

Notas:

(1) O livro “A Farsa Yanomami”, do coronel Menna Barreto, foi editado pela Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1996.

(2) Cfr. mapa editado pela FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) e pelo ISA (Instituto Socioambiental), com apoio do MEC e do Pró-Nordeste, escala 1:800.000.

(3) Cfr. artigo “Crimes na Floresta”, de Leonardo Coutinho, revista Veja, 15/08/2007, pg. 104 a 106.

(4) A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo à frente o professor e médico geneticista Sérgio Danilo Pena. A equipe concluiu, ainda, que “a contribuição européia na população brasileira se deu basicamente através dos homens, enquanto a ameríndia e a africana foi principalmente das mulheres” (veja o artigo “Pé na Taba”, da revista IstoÉ, edição número 1592, de 4/4/2000).

(5) Em Sidrolânda, MS, o MST e a Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo (CLOC) promoveram, em 1999, um Curso de Capacitação de Militantes do Cone Sul, para 44 brasileiros, 21 paraguaios, 17 argentinos, 6 bolivianos e 5 chilenos. O objetivo desse curso foi o de manter a “mística” do movimento, ao estudar a história do MST no Brasil e seus principais símbolos, além da formação específica de quadros para doutrinar e controlar as “massas”, para atingir o objetivo final do movimento, a implantação do comunismo no país (“Hasta la victoria! Siempre!”): “… socialização dos bancos, dos meios de comunicação e do Estado”; “… as contradições serão cada vez maiores entre os trabalhadores e a burguesia e isso se resolve quando a luta adquire um caráter político e de classe”; “… a organização deve formular e seguir sempre a teoria revolucionária para ter condições de realizar a revolução” (Cfr. o artigo “MST mostra que a meta é a tomada do poder”, de Carlos Soulié do Amaral, publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”, nos dias 20 a 22 de junho de 1999 – http://www.olavodecarvalho.org/convidados/mst.htm).

(6) A UnB, dentro da atual política racista que privilegia os negros, notabilizou-se em aceitar um irmão gêmeo como negro, outro não, nas tais cotas raciais. Outra obra notável do magnífico reitor e de alguns estudantes foi promover um autêntico massacre contra o Prof. Paulo Kramer (Cfr. http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5945&language=pt).

*Félix Maier é escritor e publicou o livro Egito – uma viagem ao berço de nossa civilização, pela Editora Thesaurus, Brasília.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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