Quilombolas de Santa Luzia do Norte recebem apoio do governo estadual
Maceió – Parceria e qualificação foram temas do encontro entre Rita Romeiro, diretora da Secretaria de Estado do Trabalho e o representante do projeto Boleiras do Quilombo, criado por uma comunidade quilombola de Santa Luzia do Norte. O projeto visa melhoria da infra-estrutura de produção, gestão e comercialização da culinária tradicional da senzala, a promoção do desenvolvimento sócio-econômico includente na comunidade remanescente de quilombo. A quilombola tem uma população estimada em dois mil habitantes, com aproximadamente 50 famílias envolvidas na fabricação de bolos e doces.
A partir do Encontro Nacional das Comunidades de Quilombos, foi constituída a Associação das Boleiras do Quilombo de Santa Luzia do Norte, criada por 13 destas famílias. As mulheres da comunidade são as grandes responsáveis por essa tradição culinária, passada de geração a geração. Para Rita Romeiro, a Secretaria do Trabalho irá investir na qualificação social e profissional das boleiras, com o objetivo de ampliar a renda da comunidade. Já estamos discutindo a possibilidade com o secretário Regis Cavalcante, para buscar parcerias em outras secretarias do Estado, assim como no Incra, para que essas famílias possuam um espaço próprio para o plantio da mandioca, evitando altos investimentos com transporte e matéria prima, que atualmente é proveniente de outros municípios afirma a diretora.
Beiju, bolo de macaxeira, bolo de massa puba, bolo de milho, brasileira, grude, pé de moleque e tapioca são os produtos produzidos pela comunidade, que já possui 12 fornos para assá-los. Os produtos são comercializados na região no valor entre 0,50 a 0,80 centavos, fazendo com que cada uma das boleiras alcance uma renda mensal de mais de mil reais.
Estamos enviando os processos para a Procuradoria Geral do Estado com o intuito de começar a executar a qualificação social e profissional em todos os municípios de Maceió que se credenciaram para o PlanTeQ/2007. A partir do mês de agosto daremos início à execução dos cursos de qualificação. Rita concluiu dizendo que os cursos quem define é a comunidade, porque eles conhecem a sua realidade,finaliza Romeiro.
O projeto será executado com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.
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