Rodas de diálogos de experiências pastorais avança em Santa Teresa/RJ

Carolina Maciel

            

Em entrevista ao pároco da Igreja Episcopal São Paulo Apóstolo em Santa Teresa, Luiz Caetano Grecco Teixeira, KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço dá continuidade ao desenvolvimento das atividades realizadas e programadas para as rodas de diálogos de experiências pastorais em Santa Teresa, Rio de Janeiro.

Segundo o pároco, o encontro, por meio do programa Ecumenismo Diálogo e Formação – EDF de KOINONIA tem por objetivo criar a oportunidade de reunir pessoas com interesses comuns no serviço pastoral para a partilha de experiências e aprofundar a reflexão sobre o significado de Pastoral hoje, a roda de diálogos.

Muito embora não se possa pontuar uma única necessidade para a formação da roda, questões comuns do clero episcopal trazem e encorajam a roda de diálogos quando se percebe uma realidade de um modelo eficaz [pastoral] que a Igreja adota há muitos anos. Para Caetano: “Estamos observando uma mudança na religiosidade das pessoas, especialmente no meio urbano. Há uma busca pelo sagrado, mas não uma busca pelas instituições do sagrado. Há uma forte tendência hoje de se optar por uma ‘espiritualidade pessoal sem vínculos’, do tipo ‘tenho um lado espiritual independente das religiões’”.

 

Contudo o objetivo da roda é a partilha de experiências de forma a permitir uma análise crítica e sugestões pelo grupo. Todavia, já no primeiro encontro, o grupo se mostrou desejoso de exercer a solidariedade aos projetos de pastoral apresentados. Iniciativas de cooperação e de mobilização conjunta para somar esforços.  Assim, acredita Caetano que o grupo possa se tornar um apoio para as ações pontuais de animação e fortalecimento. A proposta ainda está em seu início, portanto, há muitas possibilidades e o que se crê é que o caminho será construído na caminhada.

Neste sentido, realizar a roda em Santa Teresa foi a forma de trazer à baila todo o contexto cultural do bairro, sobretudo, os desafios enfrentados pela Paróquia São Paulo Apóstolo, como uma forma de trabalhar a especificidade enquanto “ uma aldeia no centro do Rio”. Sobretudo, pelo fato de que a Paróquia tem sido uma referência no bairro enquanto espaço cultural e tem-se como objetivo torná-la também uma referência como espaço sagrado, não exclusivamente episcopal-anglicano.

“Desde sua fundação, em 1917, a comunidade paroquial tem um envolvimento social com o bairro. A comunidade surgiu a partir de uma obra assistencial particular cujo fundador chamou os missionários episcopais para prestarem o serviço religioso nessa oba. No decorrer do tempo, especialmente depois da inauguração e consagração do templo, talvez pela sua localização estratégica no bairro e ao estilo dos missionários, foi se caracterizando como uma comunidade religiosa comprometida com o bairro. Nos últimos 12 ou 13 anos, o templo paroquial se tornou um espaço aberto para realizações culturais bem como a ação pastoral foi direcionada a parcerias com iniciativas do bairro – servindo muitas vezes como infraestrutura de apoio. Assim, a Paróquia se envolveu com Hortas Comunitárias, Associação de Moradores e muitas vezes contribuiu com caráter religioso nas situações de defesa do bairro – questões sobre violência urbana, serviços públicos, e outras sempre tiveram a presença da liderança episcopal anglicana do bairro. Hoje a Paróquia está muito engajada na questão do Bonde de Santa Teresa. Nessa direção, a Roda de Diálogo propôs promover um evento ecumênico para apoiar a mobilização dos moradores. Estamos neste momento tentando viabilizar isso”.

Para tanto, a roda realizada em Santa Teresa teve como resultado a proposta de um evento ecumênico no bairro apoiando a mobilização em favor dos Bondes e a iniciativa de conhecer melhor a realidade de pescadores em Guaratiba, provavelmente, no dia 17 de dezembro [a ser confirmado].

 

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